ATA DA SEPTUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
21-9-2005.
Aos vinte e um dias do mês
de setembro do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas,
foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Ibsen
Pinheiro, João Antonio Dib, Luiz Braz, Maristela Maffei, Mônica Leal, Nereu
D'Avila e Neuza Canabarro. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Alceu Brasinha,
Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, José Ismael
Heinen, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Paulo Odone, Professor
Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA,
foram encaminhados, pela Vereadora Manuela d'Ávila, a Emenda nº 01 ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 036/04 (Processo nº 0855/04); pela Vereadora Maristela
Maffei, o Projeto de Lei do Legislativo nº 227/05 (Processo nº 4804/05); pelo
Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providências nos 2210,
2211, 2212, 2213, 2214, 2215 e 2216/05 (Processos nos 5530, 5531,
5532, 5533, 5534, 5535 e 5536/05, respectivamente) e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 259/05 (Processo nº 5539/05); pela Vereadora Neuza Canabarro, o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 183/05 (Processo nº
3740/05); pelo Vereador Sebastião Melo, o Ofício nº 123/05, informando que estará
ausente na Sessão Ordinária de hoje, quando comparecerá ao Tribunal de Contas
do Estado para acompanhar julgamento de denúncia feita por Sua Excelência, no
ano de dois mil e um, referente a possíveis irregularidades nos contratos de
recolhimento de lixo no Município. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos
10554162 e 10554163/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde.
Após, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento verbal de
autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos da presente Sessão. Na oportunidade, por solicitação da Vereadora
Mônica Leal, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor
Simon Wiesenthal, falecido ontem. A seguir, o Senhor Presidente registrou as
presenças dos Senhores Luiz Gemelli, Presidente da Fundação de Articulação e
Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e
de Altas Habilidades no Rio Grande do Sul – FADERS, e Odilon Souza,
representando a Secretaria Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social,
convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e informando que Suas Senhorias
comparecem a este Legislativo para solenidade em homenagem ao Dia Nacional de
Luta da Pessoa Portadora de Deficiência. Em continuidade, foi realizada
apresentação artística pelo Músico Di Silver e, após, o Senhor Presidente concedeu
a palavra ao Vereador Aldacir Oliboni, que, em nome da Casa, saudou a presença
dos Senhores Luiz Gemelli e Odilon Souza. Ainda, o Senhor Presidente concedeu a
palavra ao Senhor Luiz Gemelli, que agradeceu, em nome da FADERS, a homenagem
hoje prestada por este Legislativo, discorrendo a respeito do Dia Nacional de
Luta da Pessoa Portadora de Deficiência. Em relação ao assunto, citou dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, relativos ao Censo do
ano de dois mil, informando que cerca de dois milhões de pessoas no Estado do
Rio Grande do Sul são beneficiadas pelas políticas de inclusão social
desenvolvidas pela FADERS. Em seguida, foi realizada apresentação artística
pelo Músico Di Silver. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a
presença de alunos e das Professoras Deniomar Brose, Maria Inês Brochado e
Rosana Samarani Verran, da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Mariano
Beck, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do
Projeto de Educação Política desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Às quatorze
horas e quarenta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e quarenta e três minutos, constatada a
existência de quórum. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao Senhor Juberlei Baes Bacelo, Presidente do Sindicato dos Bancários
de Porto Alegre e Região, que discursou acerca da lucratividade obtida pelos
bancos públicos e privados no Brasil e sobre as altas taxas dos serviços cobrados
por essas instituições, ressaltando os problemas enfrentados pelos bancários e
a luta empreendida pelo Sindicato representado por Sua Senhoria, no sentido de
obter melhores condições salariais e de trabalho para essa categoria
profissional. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores
Raul Carrion, João Antonio Dib, Claudio Sebenelo, Nereu D'Avila, Professor
Garcia, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto e a Vereadora Clênia Maranhão
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, a
Vereadora Mônica Leal informou que representantes do Sindicato dos Bancários de
Porto Alegre e Região serão recebidos em audiência com o Senhor Prefeito Municipal
de Porto Alegre. Às quinze horas e quatorze minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quinze minutos,
constatada a existência de quórum. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 3ª Sessão,
estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos 140 e 245/05,
051/01, discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto e Aldacir Oliboni, 198/05,
discutido pelo Vereador Adeli Sell, 242 e 248/05, discutidos pelos Vereadores
João Antonio Dib e Claudio Sebenelo, 246/05, discutido pelo Vereador João
Antonio Dib, 252/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Aldacir
Oliboni, 254/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto
e Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/01, o
Projeto de Resolução nº 126/05, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
005/05, o Projeto de Lei do Executivo nº 016/05, discutido pelos Vereadores
João Antonio Dib e Adeli Sell. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Márcio Bins
Ely mencionou que a renúncia de mandato por Parlamentares que corriam risco de
ser cassados é um dispositivo capaz de beneficiar políticos corruptos, chamando
a atenção para a necessidade de que se combata essa possibilidade. Também,
ressaltou o não-envolvimento do Partido Democrático Trabalhista em casos de
corrupção que têm ocorrido no País, salientando que esse Partido prima por uma
postura ética e moral. A Vereadora Manuela d'Ávila discutiu pesquisa realizada
pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos –
DIEESE, em relação à juventude brasileira, alertando para o alto índice de
desemprego constatado nessa faixa da população. Nesse sentido, defendeu a
criação de políticas governamentais que auxiliem na inclusão social e econômica
dos jovens, sugerindo a formulação de parcerias com a iniciativa privada para
que sejam criadas mais vagas no mercado de trabalho. A Vereadora Maristela
Maffei registrou a realização das eleições internas do Partido dos
Trabalhadores, destacando o número de filiados que participaram desse pleito e
afirmando que o índice de votantes reflete a relevância da democracia para esse
Partido. Em relação ao assunto, analisou os resultados parciais nas eleições
para os Diretórios do Partido dos Trabalhadores, alegando que esse processo
serve como um marco na recuperação do PT. O Vereador Luiz Braz teceu
considerações a respeito do papel do Congresso Nacional, por meio das Comissões
Parlamentares de Inquérito instauradas, na averiguação de denúncias de corrupção
por parte de Deputados Federais. Sobre essa questão, afirmou que as verbas
públicas desviadas poderiam ser utilizadas para melhorar as condições de vida
dos brasileiros, propugnando pela apuração total dos fatos levantados e pela
punição de todos os culpados. O Vereador Professor Garcia informou sua
participação, hoje, no lançamento da expansão do Grupo Gerdau, destacando que
recursos de aproximadamente oitocentos e sessenta milhões de reais serão
investidos pela empresa nesse projeto. Ainda, discorreu acerca do preço dos
combustíveis em Porto Alegre, argumentando que postos de abastecimento praticam
aumentos injustificados e elogiando a atuação dos órgãos fiscalizadores na
repressão a práticas abusivas nesse ramo comercial. O Vereador Sebastião Melo,
destacando que o papel fundamental de um parlamentar é fiscalizar os atos do
Executivo, pronunciou-se acerca do parecer proferido hoje à tarde pelo Tribunal
de Contas do Estado em relação à denúncia de superfaturamento nos contratos de
recolhimento do lixo em Porto Alegre, apresentada por Sua Excelência em dois
mil e um, e anunciou que esse relatório pede a devolução aos cofres municipais
de mais um milhão e oitocentos mil reais. O Vereador João Antonio Dib
reportou-se à notícia publicada no jornal “El Ciudadano”, da Argentina, a qual
registrou que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva abandonou uma assembléia
da Organização das Nações Unidas. Também, desaprovou essa atitude, afirmando
que a notícia não foi publicada no Brasil, e criticou o modo como o Presidente
da República e o Deputado Severino Cavalcanti, Presidente da Câmara dos
Deputados, representaram o Brasil nesse evento. A Vereadora Clênia Maranhão debateu
a crise política brasileira que eclodiu no País nos últimos meses, declarando
que esse fato gera dois gravíssimos problemas, com repercussões que ainda não podem
ser avaliadas: a fragilização da democracia, em decorrência da desconfiança nas
instituições públicas, e o crescimento da desigualdade social. Nesse sentido, avaliou
pesquisa nacional do DIEESE, que indica índices de desemprego preocupantes
entre a juventude brasileira. Na ocasião, foram apregoadas as Emendas nos
08 e 09, de autoria do Vereador Carlos Todeschini, Vice-Líder do Partido dos
Trabalhadores, ao Projeto de Lei do Executivo nº 010/05 (Processo nº 4356/05).
A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e a
Vereadora Maristela Maffei formulou Requerimento verbal, solicitando a
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em
prosseguimento, a Vereadora Clênia Maranhão formulou Requerimento verbal,
solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às dezesseis horas e
trinta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às dezesseis horas e cinqüenta e sete minutos, constatada a
existência de quórum. A seguir, a Vereadora Maristela Maffei retirou o
Requerimento de sua autoria, formulado anteriormente, o qual solicitava
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em continuidade,
foi aprovado Requerimento verbal de autoria da Vereadora Clênia Maranhão,
aditado pela Vereadora Sofia Cavedon, solicitando a alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em prosseguimento, foi
aprovado o Requerimento nº 219/05 (Processo nº 5437/05 – Moção de Solidariedade
à categoria dos Municipários por sua luta pela manutenção da política salarial
e recuperação das perdas), de autoria da Vereadora Sofia Cavedon e outros, por
trinta votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Sofia
Cavedon, Professor Garcia, João Antonio Dib, Sebastião Melo, Manuela d'Ávila,
Carlos Todeschini e Claudio Sebenelo, em votação nominal solicitada pela
Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini,
Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo
de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Mario Fraga, Maristela
Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro,
Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo nº
005/05. A seguir, a Vereadora Maristela Maffei formulou Requerimento verbal,
solicitando que a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL
realize uma Reunião com o Ministério Público, a Fundação de Assistência Social
e Cidadania – FASC – e o Círculo Operário, para analisar a possibilidade de
irregularidades em contrato firmado entre o Círculo Operário e a FASC. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
076/05, após ser discutido pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Carlos Comassetto, Margarete Moraes, Carlos
Todeschini, José Ismael Heinen e Ervino Besson. Na ocasião, em face de Questão
de Ordem formulada pelo Vereador Adeli Sell, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 076/05,
tendo o Vereador Ervino Besson manifestado-se sobre o assunto. Em Discussão
Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 010/05, o qual, após ser
discutido pelo Vereador Adeli Sell, teve sua discussão suspensa, em face da
inexistência de quórum. Foi rejeitado Requerimento de autoria do Vereador João
Antonio Dib, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto
de Lei do Executivo nº 010/05, por dois votos SIM e dezesseis votos NÃO, tendo
votado Sim os Vereadores João Antonio Dib e Professor Garcia e Não os
Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, José
Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Mario Fraga,
Maristela Maffei e Sofia Cavedon. Na oportunidade, em face de Questões de Ordem
formuladas pelos Vereadores Professor Garcia e Ibsen Pinheiro, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos, respectivamente, acerca do teor do Requerimento de
autoria do Vereador João Antonio Dib, anteriormente formulado, e sobre o quórum
necessário para a continuidade dos trabalhos da presente Sessão. Às dezoito
horas e quarenta e dois minutos, constatada a inexistência de quórum, em
verificação solicitada pela Vereadora Maristela Maffei, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelos Vereadores Elói Guimarães e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador
Nereu D'Avila. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Lidas as proposições encaminhadas à Mesa, nós
vamos propor uma inversão da ordem dos trabalhos, efetuando o comparecimento
antes da Tribuna Popular. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
A SRA. MÔNICA
LEAL (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de pedir um minuto de
silêncio em homenagem à sociedade, à comunidade israelita, que está consternada
com o falecimento de Simon Wiesenthal, que prestou um grande serviço ao mundo,
criando um centro de informações sobre criminosos nazistas, ponto de partida da
caça aos carrascos. Obrigada.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Conforme requerido pela Verª Mônica Leal,
deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em comparecimento, nós temos hoje uma homenagem
ao Dia Nacional de Luta da Pessoa Portadora de Deficiência. Convidamos para
constituir a Mesa o Sr. Luiz Gemelli, Presidente da Fundação de Articulação e
Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Habilidades
Especiais no Rio Grande do Sul - Faders -, e o Sr. Odilon Souza, representando
a Secretaria Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social.
Este comparecimento foi requerido pelo Ver. Aldacir Oliboni.
Ouviremos, a seguir, a apresentação musical executada pelo
músico Di Silver.
O SR. DI
SILVER: Boa-tarde
a todos. Peço, de antemão, desculpas por uma renite que me acometeu, estou um
pouco afônico, mas não poderia deixar de comparecer a esta Casa, pela primeira
vez para mim, para tocar. É uma honra; fui convidado pelo Presidente da Faders,
Sr. Luiz Gemelli.
A primeira música que tocarei é de autoria do
Luís Coronel em parceria com o Marco Aurélio Vasconcelos, chama-se Gaudêncio e
Sete Luas.
(Assiste-se à apresentação.) (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra.
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; representando aqui a Faders, o companheiro Gemelli;
representando a Secretaria de Acessibilidade, o Odilon Souza; saudando também o
Di Silver, que está aqui nos trazendo um pouco da sua habilidade, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, Sindicato dos Bancários aqui presente, comunidade
de uma forma geral, nós estamos hoje comemorando o Dia Nacional de Luta da
Pessoa Portadora de Deficiência. Neste dia também comemoramos o Dia da Árvore,
o Dia de São Mateus e o Dia do Radialista, então queremos socializar este dia
com todos, para podermos elencar aqui as proposições apresentadas por esta
Casa, que vêm a se somar com essa idéia de luta da inclusão social para os
portadores de deficiências físicas.
Quero, Gemelli, de uma forma bem sucinta, dizer
que esta Casa, se somando com a idéia de que era preciso discutir políticas
para os PPDs, decidiu constituir uma Comissão da qual sou o Presidente, a Verª
Neuza Canabarro a Relatora, a Verª Manuela a Vice-Presidente, enfim, temos oito
Vereadores que fazem parte desta Comissão, que já fez aqui várias discussões a
respeito da acessibilidade e da inclusão social.
Nós entendemos que, neste Dia Nacional de Luta
da Pessoa Portadora de Deficiência, temos, sim, muitas coisas a comemorar, mas
também temos de fazer uma grande reflexão sobre o que é possível ampliarmos,
seja a fiscalização ou novas políticas para inclusão social voltadas para as
necessidades dos PPDs.
Eu destacaria como uma grande proposta que venha
a ser contemplada, a idéia de os portadores de deficiência terem um novo
estatuto, possivelmente neste ano, através de uma proposta do Senador Paulo
Paim, que cria o estatuto dos portadores de deficiência, que está sendo
discutida em nível nacional. Portanto é de extrema importância que esta Casa,
como outras Casas Legislativas, faça uma discussão permanente para contribuir
com o novo estatuto dos portadores de deficiência.
Também é importante salientar que, se esse
estatuto, por sua vez, tiver dificuldade de implementação, como temos nas mais
de cem leis constituídas, é importante que os Municípios não só constituam a Secretaria
de Acessibilidade, como também possam fazer com que os mais de 14% da população
brasileira possam estar incluídos nesse projeto de inclusão social.
Eu diria que esta Comissão constituída nesta
Casa já fez duas discussões fundamentais, a primeira delas sobre a Legislação e
a participação desse segmento, e a segunda sobre a questão da acessibilidade.
Evidentemente nós percebemos, apenas nessas duas
grandes audiências, que os portadores elencam uma série de problemas que
existem na cidade de Porto Alegre, que, por sua vez, existem em todo o Estado e
no País e ainda não foram resolvidos. Citaria um deles: a questão do semáforo.
Nós temos, aqui em Porto Alegre, três semáforos sonoros, e existe uma Lei
Federal que institui praticamente 100% dos semáforos sonoros.
É preciso que o Ministério Público tenha uma
fiscalização mais permanente para não só dar o retorno dessas Leis existentes
como, com ações concretas e claras da idéia da inclusão social, da
acessibilidade e da discussão das políticas públicas feitas pelo Legislativo e
pelo Executivo, essas Leis possam ser implementadas.
Queria, Gemelli e Odilon, neste dia tão
importante para os portadores de deficiência, em nome da Câmara Municipal de
Porto Alegre, dizer que nos somamos com essa idéia de podermos não só ampliar,
mas, de fato, concretizarmos inúmeros projetos para podermos facilitar a vida
da cidadã e do cidadão que fazem parte dos mais de 14% da população brasileira
que tem alguma deficiência. Nesse sentido, queremos nos somar a essa luta. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Agradecemos ao Ver. Aldacir Oliboni, que saudou
a Faders, pela data de luta da pessoa portadora de deficiência.
O Sr. Luiz Gemelli, ilustre Presidente da
Faders, está com a palavra.
O SR. LUIZ
GEMELLI: Exmo.
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães; Sr.
Odilon Souza, representando a Secretaria Municipal de Acessibilidade e
Inclusão; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, demais autoridades
presentes, senhores representantes da imprensa, senhoras e senhores. Uma
saudação especial ao Ver. Aldacir Oliboni e também ao nosso querido amigo Di
Silver, que é cego e hoje está nos brindando com a sua apresentação, com todas
as dificuldades e vencendo as barreiras que a sociedade impôs ao longo da sua
história.
A
Faders agradece o convite da Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência
desta Casa Legislativa e orgulha-se em poder estar hoje presente nesta
solenidade de homenagem ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
A
deficiência não é privilégio das pessoas portadoras de necessidades especiais,
qualquer um de nós está sujeito a ela, tanto que precisamos aceitar e conviver
com as diferenças, oferecendo oportunidades iguais para todos. Nossa luta ultrapassa
as questões de acessibilidade aos meios físicos, estamos falando de mudanças de
pensamento e conduta de uma sociedade, pois falar em inclusão não é oferecer
uma rampa ou um ônibus adaptado a um cadeirante; é garantir-lhe, por exemplo,
condições dignas de trabalho, na equiparação de oportunidades e no resgate à
cidadania; é garantir-lhe um acesso de qualidade na Educação.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no
Censo 2000, calcula que dois milhões de pessoas no Rio Grande do Sul estejam
sendo beneficiadas por políticas indutoras articuladas pela Faders no Estado,
descentralizando as ações com fóruns permanentes e seminários técnicos com a
temática da garantia de direitos; um esforço direcionado na busca dessa
equiparação de oportunidades, garantia de acesso aos direitos constitucionais e
à cidadania das pessoas com deficiência e altas habilidades.
O respeito às diferenças tem sido nossa bandeira de luta na
articulação das políticas públicas para as pessoas com deficiência e com altas
habilidades, e, em conjunto com a sociedade, estamos alcançando objetivos
positivos na difusão de informações sobre as deficiências e até mesmo na
difusão da Língua Brasileira de Sinais - a Libras - usada pela comunidade
surda. Esse é um trabalho que a Faders vem desenvolvendo na capacitação dos
agentes públicos no uso da Libras, através do projeto Libras é Legal, em
parceria com a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos - Feneis
e a Petrobras. Difusão esta que, por exemplo, estamos fazendo em parceria com
esta colenda Câmara de Vereadores e com a Escola Lília Mazeron - Escola Pública
para Surdos da Faders, capacitando 40 agentes públicos municipais. Funcionários
desta Casa, de forma gratuita, estão fazendo o denominado curso básico de Libras,
com encerramento previsto para 28 de setembro, com duração de 40 horas.
Neste dia 21 de setembro, o Estado do Rio Grande do Sul tem
muito a reivindicar pelas pessoas com deficiência, mas também temos a
satisfação de ter alcançado muitas conquistas para esse tão importante segmento
social. Conquistas como a aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça da
Assembléia Legislativa do Estado, no último dia 13, da criação do Conselho
Estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência, e aguardamos para logo mais,
hoje às 15 horas, a sua aprovação pelo Plenário da Assembléia Legislativa do
Estado e depois a sanção do Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Germano
Rigotto, que já garantiu publicamente a sua anuência.
Gostaríamos de registrar a criação da Secretaria Especial de
Acessibilidade e Inclusão Social, um dos projetos pioneiros no Brasil,
implantado pelo atual Governo Municipal, gestão José Fogaça, e que esta Câmara
de Vereadores de Porto Alegre aprovou por unanimidade; as articulações das Comissões
de Direitos, tanto da Assembléia Legislativa como da Câmara Municipal de
Vereadores de Porto Alegre; a implantação de projetos nas áreas da Saúde, como,
por exemplo, o banco público de cadeira de rodas, já beneficiando 400 pessoas
com deficiência e com vulnerabilidade social, em nosso Estado; na área de
Educação, na área de Cultura e do Esporte, anuncio aqui a parceria da Faders e
da Federação Rio-Grandense de Orientação, que estão lançando um projeto
pioneiro no Brasil de Desporto de Orientação de Precisão como instrumento de
inclusão social, além de muitas participações da Fundação em parcerias com o
Sesi e o Senai nos projetos de esporte e cultura inclusivos.
Um destaque especial que vale lembrar é a conquista do Passe
Livre Intermunicipal, e comemoramos hoje 14.324 passes livres já entregues no
Estado do Rio Grande do Sul. Vou repetir: são 14.324 passes livres já entregues
no Rio Grande do Sul, um Projeto que respondeu à reivindicação histórica da
comunidade com deficiência do nosso Estado, e o Governador Germano Rigotto,
sensível a este apelo, assinou o Decreto 42.410, de 29 de agosto de 2003,
regulamentando a Lei nº 11.664, de 28 de agosto de 2001, Lei esta que estava
parada, sem ação prática desde 2001. Tivemos dificuldades na implantação deste Projeto,
pois não é fácil criar um programa dessa abrangência. Mas hoje temos a certeza
do dever cumprido, pois essas milhares de pessoas com deficiência e
verdadeiramente em invulnerabilidade social, vêm tendo a sua Carteira e seu
passe de liberdade, podendo se deslocar gratuitamente entre os municípios do
solo gaúcho, tendo acessibilidade garantida ao acolhimento de saúde, educação,
assistência social e ao lazer. Lazer, sim, porque deficiente também tem este
direito para exercer com plenitude a sua cidadania.
Essa é a luta diária da Faders: procurar, da melhor forma
possível, articular as políticas públicas no Estado e, ao mesmo tempo,
participar dessa mudança de pensamento da sociedade gaúcha. Na Semana Estadual
da Pessoa com Deficiência, lançamos o Prêmio Faders de Responsabilidade Social,
visando distinguir as demonstrações individuais e coletivas, através de
organizações públicas e privadas, dirigidas à inclusão e ao resgate da
cidadania de 18,1% da população gaúcha composta por pessoas com deficiência e por
pessoas portadoras de altas habilidades.
Na
mesma semana lançamos uma Campanha de Responsabilidade Social com o slogan: “Tratar as Pessoas de forma
igual faz toda a diferença”, difundindo, através de cartazes e fôlderes, os
sete passos que fazem a diferença, ou seja, abordando todas as deficiências e
dicas de como lidar com esse público. Também distribuímos o “Guia de Inclusão
Social - Responsabilidade de Todos”, difundindo informações sobre prevenção em
Saúde, legislação para as pessoas com deficiência e dicas de abordagem, mais
uma vez desafiando a sociedade a conviver da melhor forma o dia-a-dia com esse
segmento social.
Hoje, mais uma vez, reforçamos o nosso trabalho, porque
precisamos do apoio da comunidade nessas questões de mudança de consciência,
pois acreditamos que só assim conseguiremos ter uma sociedade inclusiva.
No dia 10 de outubro próximo, a comunidade surda, através da
Feneis e da Faders estará entregando aos Governos Estadual e Federal a política
pública dos surdos, e, nesse dia, gostaríamos de ter a presença de todos no
Auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa, onde estaremos levantando
mais uma bandeira na luta pelos direitos dos surdos. Obrigado a todos.
(Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães):
Nós agora queremos ouvir o Sr. Di Silver.
O SR. DI SILVER: Obrigado. A música não
será cantada em italiano, porque houve um probleminha técnico aqui; vamos ouvir
outra.
(Ouve-se a apresentação.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos cumprimentar o Sr. Di Silver pela
belíssima apresentação que nos fez.
Registramos a presença da Escola Municipal de
Ensino Fundamental José Mariano Beck, na visita orientada à Casa de 28 alunos
do 3º Ciclo. Estão acompanhados pelos Professores Deniomar Brose, Maria Inês
Brochado e Rosana Samarani Verran. Essa atividade faz parte de Projeto de
Educação Política que o Memorial desta Casa desenvolve junto às escolas e
entidades de Porto Alegre e da Região Metropolitana. (Palmas.)
Encerrando esta parte da Sessão, queremos
cumprimentar o ilustre Presidente da Faders, Sr. Luiz Gemelli, uma pessoa que
tem um trabalho intenso nessa área, cumprimentar o nosso amigo Odilon Souza,
que representa a Secretaria Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social.
Gostaria de dizer, em síntese do que já foi dito, que a Casa tem um compromisso
muito grande com a acessibilidade, Gemelli, e não precisaria dizer. Por
exemplo, nós temos, na Casa, estagiários da Faders: o Alexandre, o André, a
Bruna, o Carlos, a Daniela, o José Roberto, o Josué, a Karen, a Roberta, o
Rodrigo e o Sidney. Criamos, não faz muito, inclusive já com a sua instalação
aqui no plenário, a Comissão Especial de Acessibilidade, que tem o Ver. Aldacir
Oliboni na presidência e a Verª Neuza Canabarro como Relatora.
Portanto, com os agradecimentos da Casa a todos
os presentes, encerramos esta homenagem ao Dia Nacional de Luta da Pessoa
Portadora de Deficiência. E um agradecimento especial ao nosso artista Di
Silver, todos sabem que ele é cego, e em outras oportunidades nós o
convidaremos para vir a esta Casa para fazer apresentação, ele que tem toda
essa capacidade e esse talento. Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h41min.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h43min): Estão reabertos
os trabalhos. Passamos à
O Sr. Juberlei Baes Bacelo, representando o Sindicato dos
Bancários de Porto Alegre e Região, está com a palavra, para tratar de assunto
relativo a planos da nova Diretoria, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. JUBERLEI
BAES BACELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, demais presentes, um abraço especial aos meus companheiros de
Direção do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, para mim é um
motivo especial, um privilégio estar novamente nesta tribuna, eu que, na
Legislatura passada, tive o privilégio de conviver nesta Casa como Suplente da
Bancada da Frente Popular.
Hoje, retorno aqui numa nova empreitada que é um
mandato à frente da Direção do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre para o
qual fomos eleitos recentemente no mês de junho, com uma votação expressiva,
recebendo o apoio de mais de 71% da categoria bancária. E assumimos um
compromisso com essa categoria de uma gestão que saiba escutar, levar adiante a
vontade do bancário, colocando os seus interesses acima de quaisquer outros
interesses.
Gostaríamos de dizer que nós, bancários,
trabalhamos para um setor que tem sido extremamente privilegiado por conta do
modelo econômico vigente em nosso País. Os bancos têm sido o setor da economia
brasileira que maior rentabilidade tem conseguido nos últimos anos. A cada
semestre, quando os principais bancos privados ou públicos divulgam os seus
balanços, conseguem se superar, e a cada semestre batem recordes da sua
lucratividade, o que, por si só, talvez, não gerasse tanto questionamento. O
grande problema é a contrapartida que os bancos apresentam ao conjunto da
sociedade brasileira. Falta hoje responsabilidade social para este setor que
tanto tem sido privilegiado.
Os bancos, apesar de toda a sua lucratividade,
cada vez mais jogam a categoria bancária numa situação em que a sobrecarga de
trabalho, a extrapolação da jornada de trabalho, o assédio moral para que se
tornem verdadeiros vendedores, com metas, muitas vezes, inatingíveis, tem feito
com que parte importante da categoria tenha sofrido com doenças ocupacionais,
principalmente as doenças por lesão por esforço repetitivo e também estresse. E
cabe a nós, sindicalistas que estamos hoje à frente do Sindicato dos Bancários,
cobrar essa responsabilidade por parte dos bancos, porque, além de colocarem
essa situação ao conjunto da categoria, também viram as costas aos usuários do
sistema financeiro que, enfim, é o conjunto da sociedade brasileira. Cada vez mais
os bancos elitizam os seus serviços, cada vez mais cobram tarifas abusivas,
empurram os clientes para fora das agências bancárias. Um cliente, hoje, que
quiser um atendimento bancário, deve se contentar com o auto-atendimento nas
máquinas, ou então procurar outros instrumentos que prestam serviços bancários
sem nenhuma qualidade e sem nenhuma segurança como é o caso das agências
lotéricas.
E nós, bancários, que nos encontramos, neste
momento, em campanha salarial, já que nossa data-base é no dia 01 de setembro,
levamos uma campanha no sentido de que os bancos têm que dançar conforme a
nossa música; chega de dançar conforme a música dos bancos. Esse é o lema da
campanha nacional dos bancários que cobra uma melhor distribuição dessa
lucratividade, já que nós, bancários, somos vistos como produto dos bancos que
são os serviços prestados pelos quase 400 mil bancários existentes hoje no
País, e além, evidentemente, de uma melhor distribuição, cobramos uma
responsabilidade maior dos bancos. Achamos que os bancos, com essa
lucratividade, têm condições de gerarem mais postos de trabalho hoje, com isso,
diminuindo o desemprego, que, sem dúvida nenhuma, é ainda o grande tormento da
classe trabalhadora deste País, e, com isso, também melhorando a qualidade do
atendimento bancário à população. Além de gerar novos postos de trabalho,
achamos que medidas como a ampliação do horário de atendimento ao público,
contribuem no sentido de qualificar esse atendimento.
Estamos aqui, hoje, ocupando esta tribuna,
porque temos a certeza de que poderemos contar com esta Casa nesta luta da
categoria bancária e resgatarmos, inclusive, parcerias importantes que já
tivemos, aqui, com a Câmara de Vereadores, e que resultaram num conjunto de
leis aprovadas, algumas sendo executadas e outras suspensas, por conta de
recursos judiciais obtidos, liminares, por parte dos bancos, mas que têm sido
importantes no sentido de melhorar a qualidade do atendimento bancário.
Como temos hoje a Lei das portas giratórias,
pioneira no Brasil, aprovada nesta Casa, e que, com certeza, reduziu
drasticamente o número de assaltos praticados nas agências bancárias na cidade
de Porto Alegre e que serviu de modelo a inúmeras cidades que vieram,
posteriormente, a aprovar leis similares. Hoje, inclusive, cobramos isso,
porque os bancos não estão cumprindo a Lei das portas giratórias, como está
estabelecida na redação da Lei, já que diz que as portas giratórias devem estar
nos acessos ao público. E, infelizmente, os bancos colocam as portas giratórias
depois das salas de auto-atendimento, fazendo com que os clientes e vigilantes
fiquem em uma situação de risco nas salas de auto-atendimento.
Temos inúmeros exemplos disso, de clientes, de
vigilantes que já foram feridos durante assaltos a agências bancárias no
interior das salas de auto-atendimento. Outras leis, como a Lei das câmeras de
filmagens nas agências, a Lei das filas, que obriga os bancos a que seus
clientes não permaneçam mais que 30 minutos nas filas, em dias comuns, e 45
minutos, em vésperas de feriados ou finais de semana. São leis que visam a
melhorar o atendimento bancário para a população.
Temos a Lei da ampliação do horário de
atendimento bancário, aprovada nesta Casa, e que, infelizmente, hoje, está
suspensa por conta de um recurso feito pela Federação Nacional dos Bancos.
Por último, gostaria de dizer a todos os
Vereadores e Vereadoras que temos tentado, desde o dia 12 de abril, uma
audiência com o novo Prefeito da nossa Capital, Prefeito José Fogaça, para
combinar a fiscalização da Prefeitura, já que cabe a ela fiscalizar esse
conjunto de leis que os bancos, infelizmente, têm descumprido.
Já enviamos quatro ofícios ao Prefeito da
Cidade, mas, infelizmente, em nenhum obtivemos retorno. Não conseguimos essa
audiência. Então queremos aproveitar esta Tribuna Popular para solicitar ajuda
desta Casa no sentido de que o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre consiga
ser recebido pelo Prefeito desta Capital com este objetivo: discutirmos a
fiscalização das leis que hoje obrigam os bancos a melhorar o atendimento, que
obrigam os bancos a colocar as portas giratórias, a respeitar um tempo máximo
de espera nas filas, enfim, todo esse conjunto de leis que eu citava
anteriormente no meu pronunciamento.
Então esperamos que, a partir dessa audiência,
possamos estar contando com o apoio de todos os Vereadores e Vereadoras desta
Casa para que esse nosso objetivo seja atendido e o Sindicato dos Bancários de
Porto Alegre, numa parceria com a Prefeitura de Porto Alegre e com os órgãos
que têm responsabilidade de fiscalização dessa legislação, consiga fazer com
que os bancos cumpram as leis e com isso ofereçam maior segurança aos usuários
e trabalhadores, melhorando a qualidade do atendimento bancário.
Por último, gostaria de fazer um agradecimento
ao Ver. Carlos Comassetto, à sua assessoria, por terem feito o encaminhamento
do pedido desta Tribuna Popular para o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre.
É isso. Mais uma vez, agradecemos a atenção de
todos os Vereadores e Vereadoras e demais presentes aqui nesta Sessão.
Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós convidamos o Sr. Juberlei Baes Bacelo,
Presidente do Sindicato, a fazer parte da Mesa.
O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos
termos do artigo 206 do Regimento.
O SR. RAUL
CARRION: Em
primeiro lugar a nossa saudação ao companheiro Juberlei Bacelo que faz a
primeira visita como o novo Presidente do Sindicato dos Bancários, tivemos a
oportunidade de estar lá na sua posse. É uma satisfação recebê-lo. É uma
categoria que tem nesta Casa sempre uma grande recepção e, aliás, o senhor foi
Suplente de Vereador na Legislatura passada. É importante lembrar que assumiu
aqui diversas vezes. Em seu nome saúdo toda a categoria e as lideranças
sindicais aqui presentes.
Eu queria dizer que nós entendemos que a
reivindicação de vocês em relação à campanha salarial, é justa. O art. 6º da
Constituição Federal, em seu inciso VI, é claro e proíbe a redução de salários.
E se a inflação oficial deste País passa de 5%, evidentemente que uma proposta
salarial de apenas 4% é um verdadeiro acinte, é uma redução salarial. Se ainda
considerarmos os grandes lucros dos bancos, que é o setor que mais lucra neste
País, nós teremos a dimensão de como é irrisória essa proposta. Queríamos
também compartilhar da mesma opinião de que a categoria bancária vem sofrendo
um enorme desemprego, uma intensificação da exploração da mão-de-obra, isso se
reflete em doenças profissionais, como LER, DORT e outras, e, além disso, num
atendimento precário à sociedade. Então, são justas tanto as cláusulas
econômicas como as cláusulas sociais em que os bancários reivindicam uma
melhoria não só para eles, mas para o atendimento à sociedade.
Concluo, dizendo que tivemos a oportunidade
nesta Casa, como Presidente da CUTHAB, de fazer uma audiência pública sobre a
questão do horário bancário, até hoje não resolvido. Felizmente quanto à
questão das portas, das filas, existem as leis, mas isso exige fiscalização
maior, e aí compartimos, e tenho certeza de que o nosso Presidente, Ver. Elói
Guimarães, ainda hoje tomará a iniciativa de fazer um contato amigável com o
Prefeito Fogaça para que ele desobstrua a sua agenda e consiga receber uma
categoria tão importante como é a dos bancários de Porto Alegre, em que já
tivemos Prefeitos, Governadores, Deputados Federais, Secretários e Vereadores
nesta Casa, uma categoria que constrói a nossa Cidade com muito vigor e muita
qualidade. Parabéns, e a solidariedade da Bancada do PCdoB, minha e da Verª
Manuela.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do
artigo 206 do Regimento.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, meu caro Juberlei Bacelo, para mim, Vereador, meu amigo, Presidente
do Sindicato dos Bancários; a Bancada do PP, composta pela Ver. Mônica Leal,
Ver. João Carlos Nedel e este Vereador, saúda a presença de V. Sa
neste plenário, onde brilhou como Vereador, e espera que brilhe também na
Presidência do Sindicado dos Bancários.
Na verdade os bancos ganham muito e muito
dinheiro, não sei se os bancos ganham mais que a Petrobras, mas os dois contam
aos bilhões de reais os lucros, e nós, o povo, pagamos. Mas há uma diferença
aí, a Petrobras parece que paga bons salários e os bancos não pagam bons
salários. De repente, quem sabe, pagando melhores salários, oferecendo melhores
serviços, nós tenhamos melhores condições de vida para muito mais gente.
(Palmas.) Em nome do meu Partido, saúdo V. Sª. Eu não estou entendendo os meus
Pares, mas V. Sª sabe que a Câmara é assim mesmo. Nós todos lhe desejamos
absoluto sucesso. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Caro
amigo Juberlei, muito prazer em estar aqui conosco, novamente. Sua visita é uma
honra para nós e mais do que isso, nós desejamos muito sucesso para V. Sª junto
à Presidência do Sindicato dos Bancários. V. Sª achou realmente o foro
adequado, é a Casa onde terá abrigo e amparo nas suas postulações. Quero
dar-lhe os parabéns, porque esta Casa é totalmente contra essa volúpia
financeira dos bancos de 34% de lucro dos bancos maiores, no primeiro semestre.
E mais do que isso, cada banco desses grandes, do tipo Bradesco e Itaú, cresce,
por ano, a metade do seu tamanho. Mais de 50%, por ano, é o lucro dos
banqueiros. Fazer esse tipo de política com os seus funcionários, além de ser
desumano, estabelece uma relação de poder implacável com os seus funcionários,
mecanizando cada vez mais o seu trabalho a ponto de dispensar a mão-de-obra
humana, quando a expectativa com esse tipo de ganho é exatamente o contrário.
Mas, é o modelo.
Eu só lhe faço uma recomendação, se é que eu
poderia recomendar alguma coisa - perdão pela ousadia: nunca procure as
estruturas federais, não procure o Presidente Lula, não procure o Ministro da
Fazenda. Sabe por quê? Porque eles vão continuar com a mesma política econômica
e com o mesmo favorecimento aos bancos. Então, eu quero lhe dar os parabéns
pelo foro que V. Sª escolheu, pois é extremamente adequado e extremamente
solidário com a luta dos bancários. Meus parabéns, Juberlei, e muito prazer em
revê-lo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal tem uma comunicação a fazer.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Sr.
Juberlei Bacelo, eu gostaria de lhe informar que, neste momento, entrei em
contato com a Prefeitura, e a secretária do Prefeito me informou que vocês
teriam procurado, que os senhores teriam procurado por uma audiência que foi
encaminhada à SMIC, como é de praxe, primeiro ao Secretário para acompanhá-los
ao Prefeito, e que a esta hora já está na planilha; os senhores serão recebidos
pelo Prefeito.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Agradeço pela comunicação feita pela Verª Mônica
Leal. O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. NEREU
D’AVILA:
Sr. Presidente, Elói Guimarães, caro Juberlei, Presidente do Sindicato dos
Bancários, primeiro quero saudá-lo, em nome da Bancada do PDT, pela sua
presença aqui na Casa, e também pela presença na presidência do Sindicato,
poderoso Sindicato. Sindicato que sempre tão bem representou os bancários
porto-alegrenses e gaúchos, inclusive dando continuidade ao grande trabalho do
não menos competente Ademir, que quando V. Sª falava na tribuna, falava muito
bem, da continuidade da parceria com esta Casa. Posso dizer, em nome do PDT,
que os seis Vereadores do PDT querem dizer que estão à sua inteira disposição
para essa parceria, e nós gostávamos muito do diálogo, da maneira com que o
Ademir sempre conduziu o Sindicato. Espero que, já que convivemos juntos, como
Vereadores, V. Sª dará o mesmo tratamento. Queria dizer também que essa
parceria não é apenas de companheiros de jornada, mas também de companheiros
pela mutação das questões que esta Casa decidiu, e que, infelizmente, não foram
dirimidas ainda pela Justiça. De minha autoria, V. Sª referiu-se, é com relação
à questão da ampliação do horário bancário e que está sem decisão até hoje na
Justiça. Outras questões que, só para não dizer que fui eu o autor, quero
elogiar o Vereador Juarez Pinheiro, que hoje não é mais Vereador, mas foi um
grande Vereador desta Casa, e que aprovamos de S. Exª um Projeto também
importante a respeito do horário, agora, de atendimento, principalmente àqueles
menos aquinhoados da sorte, aos idosos, os que recebem benefícios da
Previdência, enfim. Então esta Casa continua, Sr. Presidente do Sindicato, e
continuará defendendo os legítimos interesses da população em relação a
atitudes dos bancos, que na medida em que ganham mais, parece que primam em
atender menos; ganham melhor e atendem pior. Então, nesse sentido, queremos
dizer, em nome da Bancada do PDT - e nem precisaria dizer -, que estamos à
inteira disposição de V. Sª na continuidade da luta pelos verdadeiros
interesses dos bancários e da população em geral, que os bancários também
representam. Parabéns pelo seu pronunciamento; esta Casa, que V. Sª conhece
muito bem, está sempre de portas abertas para o Sindicato dos Bancários. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Prezado
Sr. Juberlei Bacelo, Presidente do Sindicato dos Bancários, parabéns pela sua
assunção à Presidência do Sindicato. V. Sª que inclusive não quis concorrer a
Vereador; poderia estar aqui, entre os 36 Vereadores, mas fez, neste momento,
uma opção pela sua categoria. Isso sempre foi sua luta, mesmo quando esteve
aqui como Vereador. V. Sª sempre fez questão de manifestar a sua participação
em defesa da categoria.
Quanto à questão do reajuste salarial,
entendemos que é mais do que legítima, mas temos algumas preocupações. Antes de
V. Sª falar, comentávamos a respeito da saúde dos bancários, que têm um belo
exemplo, principalmente no que se refere à questão das LER-DORT. Fico contente
em saber que há um conjunto de leis já existentes que regulam questões como
horários, filas e portas. E também com relação ao relato feito pela Verª Mônica
Leal, que bom que o Prefeito, o quanto antes, vai recebê-lo. Não precisava V.
Sª ter verbalizado, mas para ver também a força desta Casa, que em questão de
minutos consegue abrir essa porta. A porta que V. Sª quer, na realidade, é a
porta de todos os bancos de Porto Alegre. Parabéns. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Prezado Juberlei Bacelo, Presidente do Sindicato
dos Bancários de Porto Alegre e Região, falo em nome da Bancada do PMDB,
composta pelos Vereadores Ibsen Pinheiro, Sebastião Melo, Haroldo de Souza e
por este Vereador.
Recebo um jornal informativo do seu Sindicato,
que diz o seguinte: “O Banrisul tem que dançar conforme a nossa música”. Eu
tenho a impressão de que eu é que tenho que dançar conforme a música do
Banrisul, porque se eu tirar um extrato no terminal, eu pago 1 real e 50
centavos. E assim é com o Banrisul e com os demais bancos.
Nós saímos de uma ditadura, e tem gente que
permanece falando dela, há milhares com saudade dela, e nós entramos na
ditadura dos bancos. Nossos cumprimentos pelo seu trabalho.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Quero,
aqui, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, cumprimentar o Juberlei
Bacelo, que assume a liderança do Sindicato dos Bancários, e também
cumprimentar o Ademir e os demais membros da Diretoria que aqui estão
presentes, eu gostaria de dizer que essa categoria representa uma fortaleza sob
o ponto de vista da luta pela melhoria não só da sua categoria, mas dos avanços
da sociedade e do Sistema Financeiro Nacional; e não temos dúvida nenhuma de
que esse sistema precisa se adequar a uma política de desenvolvimento nacional
que mude a sua pauta, Ver. João Dib, de aplicar não só no lucro do papel, mas
aplicar no investimento nacional. Nesse sentido, gostaria também de trazer uma
afirmação que foi referenciada no nosso Governo Nacional, no Governo Lula, que
barrou as privatizações do Sistema Financeiro Nacional e principalmente os
grandes bancos que estavam em pauta. E dizer que no Governo do Fernando
Henrique a dívida interna nacional se iniciou em 60 bilhões, e terminou o
Governo FHC com 900 bilhões da dívida interna, sendo o momento em que os
banqueiros mais ganharam dinheiro neste País. Portanto, esta afirmação tenho de
fazer aqui: com a atual administração nacional se barrou o avanço das
privatizações, inclusive no Sistema Financeiro, barrou-se o avanço da
constituição da ALCA - que potencializaria ainda mais a ação da moeda papel.
Nesse sentido, os nossos parabéns pela luta desenvolvida e todo o nosso apoio
no avanço não só das conquistas da categoria, como da sociedade de Porto Alegre
e os avanços progressistas que temos que ainda conquistar neste País. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Queremos
saudar a presença do ex-Vereador desta Casa, Juberlei, desejar sucesso nos seu
trabalho à frente de uma categoria tão importante como a categoria dos
bancários e dizer que a Prefeitura de Porto Alegre está de portas abertas para
ouvi-los, assim como esta Casa, mas queríamos aproveitar a oportunidade de
termos aqui uma categoria tão importante para a sociedade brasileira como a
categoria dos bancários para dizer às senhoras e senhores aqui presentes que a
sociedade brasileira, neste momento, sendo vitimada por um aprofundamento de
uma política econômica ortodoxa, extremamente neoliberal, como é a estabelecida
hoje pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda, evidentemente que é essa
categoria que sofre mais diretamente e que acompanha mais diretamente essa
problemática, tem também para conosco, com o conjunto da sociedade uma
responsabilidade da luta pela implantação de um modelo de desenvolvimento
econômico que realmente considere os setores produtivos e o conjunto dos
trabalhadores, dos empregos para os trabalhadores brasileiros.
Lia com atenção o jornal da sua categoria - com
que o senhor nos brindou - e, realmente, chamam-me, mais uma vez, a atenção os
lucros astronômicos dos maiores bancos privados deste País, como o Bradesco, o
Banco Itaú e o próprio Banco do Brasil - que, infelizmente, não se tem pautado
como um banco de desenvolvimento para os pequenos neste País.
Desejo sucesso na sua luta em defesa da sua
categoria e espero que sua categoria seja também um baluarte na luta pela
implantação de um modelo econômico e de uma política dos bancos que favoreça a
geração de emprego e renda para as brasileiras e para os brasileiros, e não
apenas para o mercado especulativo brasileiro.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Tendo-se manifestado todas as Bancadas, queremos
encerrar a Tribuna Popular e, também, cumprimentar o ex-Presidente do Sindicato,
o Ademir, o Devair, Diretor, e os demais companheiros de Diretoria. Queremos
dizer ao Juberlei - que na Legislatura passada, exerceu aqui, embora
temporariamente, o mandato de Vereador - que o primeiro resultado de sua vinda
à Casa já obtivemos, que é exatamente a audiência com o Sr. Prefeito Municipal.
Acreditamos também que a luta tem que prosseguir - exatamente o colocado aqui
pelo Juberlei - contra esse assombroso juro. O juro mais caro do mundo está
aqui no Brasil. Na História do Brasil não se tem notícia de termos um juro tão
alto. Portanto, eu acho que a luta do Sindicato é de boa causa no sentido de
tentar remover esse entrave, que são os juros, que penalizam a produção e a
Nação. Portanto, Juberlei, os nossos agradecimentos também a teus companheiros
de Diretoria.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h14min.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 15h15min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC. N. 1245/01 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 051/01, de
autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que autoriza o Executivo Municipal a prestar
atendimento universal e igualitário de urgência, emergência e maternidade na
zona sul da Capital e dá outras providências. Com Substitutivo n. 01. Com Emenda n. 01 ao Substitutivo n. 01
PROC.
N. 3445/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 021/01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que altera a redação do item 86 da Lista de Serviços anexa ao art. 18
da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores,
que institui e disciplina os tributos de competência do Município.
PROC. N. 2942/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 140/05, de autoria do Ver. Elias Vidal, que veda a realização de
concursos públicos no Município de Porto Alegre, das 17h de sexta-feira às
20h30min de sábado. Com Emenda n. 01. Com Substitutivo n. 01.
PROC. N. 4184/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 198/05, de autoria do Ver. Alceu Brasinha, que determina o
cancelamento da licença para localização e funcionamento e do alvará do
estabelecimento que adquirir, distribuir, comercializar ou estocar mercadorias
e produtos falsificados ou contrabandeados. Com Emenda n.01.
PROC. N. 5074/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 242/05, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que institui a Semana
da Lomba do Pinheiro, a ser realizada, anualmente, no período que antecede o
dia sete de setembro, concomitante com as atividades alusivas ao Sete de
Setembro, que passa a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto
Alegre.
PROC. N. 5130/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 245/05, de
autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que concede o título honorífico de Cidadão de
Porto Alegre ao Padre Antonio Domingos Lorenzatto.
PROC. N. 5136/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 246/05, de autoria do Ver. Luiz Braz, que institui o Dia Municipal
de Combate à Psoríase a ser realizado, anualmente, no dia 29 de outubro.
PROC. N. 5143/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 248/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que institui o Dia Municipal
do Gibi João Mottini no Município de Porto Alegre, a ser realizado, anualmente,
no dia 24 de junho.
PROC. N. 5148/05 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 252/05, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que inclui no
Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre a “Romaria das Águas”,
realizada, anualmente, no dia 12 de outubro.
PROC. N. 5196/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 254/05, de
autoria do Ver. Carlos Comassetto, que inclui no Calendário de Eventos Oficiais
de Porto Alegre a Festa de Nossa Senhora de Belém, organizada pela Paróquia
Nossa Senhora de Belém, realizada, anualmente, no segundo domingo de setembro.
PROC. N. 5393/05 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 126/05, de
autoria dos Vereadores João Carlos Nedel, João Antonio Dib e Ver.ª Mônica Leal,
que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha ao Padre Egydio Eduardo
Scheneider, SJ.
PROC. N. 5455/05 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 005/05, que acrescenta o § 3º ao art. 68 da Lei
Complementar n. 133, de 31 de dezembro de 1985, alterado pela Lei Complementar
n. 407, de 05 de janeiro de1998, e dá outras providências. (designação de
funções gratificadas)
PROC. N. 5456/05 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 016/05, que dispõe sobre a oficialização do Caminho dos Antiquários
no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu não sei se eu acho engraçado ou se fico brabo quando alguns
colegas não gostam de me ouvir falar em fúria legiferante. Mas é uma verdade, e
eu sou obrigado a falar.
Hoje, eu poderia estar satisfeito, há treze
projetos na Pauta, sendo os treze em 3ª Sessão.
Portanto, nós passamos duas Sessões - maravilhosas duas Sessões - nas quais
nenhum projeto foi apresentado. Mas eu tenho pena do que vai acontecer amanhã.
Mas, de qualquer forma, o Jurista Miguel Reali disse que aquela história de que
não se podia alegar desconhecimento da lei para se declarar inocente, não é
verdadeira, porque nem os que fazem as leis, conhecem-nas; imagine o cidadão
comum, que não pode tomar conhecimento de todas as leis! Na Pauta - como eu
disse -, hoje, há 13 Projetos de Lei. Um aqui está criando uma Semana - não vou
citar Vereadores, não vou criticar ninguém; outro está criando um dia municipal
- mais um dia municipal, mais uma inclusão no calendário de eventos; mais outro
projeto sobre o calendário de eventos e mais um que pretende a oficialização do
Caminho dos Antiquários - querem que o caminho seja uma feira e não por
ambulantes. Nós temos na Casa 90 prêmios, mais ou menos. Alguns são tão
importantes que têm três nomes diferentes, mas dizem a mesma coisa. Mas se eu
falo na fúria legiferante, eles ficam brabos - não é de graça que eu falo.
Hoje, na Ordem do Dia, há para votação um Projeto de Lei que já é lei. Eu, na
Pauta, quando esse Projeto foi discutido - por atento que sou -, chamei o autor
e mostrei a ele que havia uma lei exatamente igual, com a mesma data, 23 de
junho, com a mesma intenção, e imaginei que esse projeto tivesse sido retirado
da Pauta. Mas não foi, não; passou nas Comissões e nelas foi aprovado.
Portanto, se os Vereadores nas Comissões não têm
como conhecer todas as leis que aqui existem, que dirá a população que está ali
à mercê dos Legisladores furiosos que há neste País! Leis, leis e mais leis.
Agora, em fiscalizar o cumprimento das leis, ninguém está preocupado. Eu fiz a
lei, coloquei o meu nome embaixo, eles dizem: “Oh, lei do Fulano”. Está tudo
resolvido.
Nós temos um Projeto de Lei aqui para ser
discutido e votado, que diminui o valor de prêmios que são concedidos por esta
Casa. É um prêmio por ano. Aí, já acham que dá para dar doze prêmios, ou seja,
um prêmio por cada Bancada. Mas há Bancadas que têm somente um Vereador; e há
Bancadas que possuem oito Vereadores. Então, era melhor abrir o direito de
conceder 36 prêmios.
Umas das coisas que a Casa fez foi regulamentar
a concessão de Título de Cidadão de Porto Alegre e Cidadão Emérito. Fez uma
coisa muito bem feita: um título por ano, para cada Vereador, porque, antes,
davam títulos importantes, num mesmo projeto de lei, para duas, três pessoas,
diminuindo, portanto, a importância dos títulos. E a cada dia há mais um. Hoje,
eu citei sete ou oito. Amanhã, é um novo dia e haverá, certamente, mais
propostas de projetos. Nunca devemos esquecer que o maior inimigo da boa lei é
a lei inócua. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezadas colegas Vereadoras, prezados colegas
Vereadores, prezado público que nos assiste, eu vou tratar, hoje, do PLL nº
051/01, bem como vou tratar do Projeto de minha autoria, o PLL nº 254/05, que
inclui no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre a Festa de Nossa
Senhora de Belém, organizada pela Paróquia Nossa Senhora de Belém.
O primeiro é o projeto autorizativo de autoria
do Ver. Aldacir Oliboni, que autoriza o Executivo a construir o Pronto Socorro
Zona Sul, o qual já avançou, pois nós aprovamos no Plano Plurianual o projeto
de constituição do Pronto Socorro Zona Sul, bem como do Hospital Geral da
Restinga.
Eu vou iniciar por esse projeto, Ver. Aldacir,
pois hoje pela manhã eu tive uma audiência com o Sr. Pedro Gus, Secretário de
Saúde, em que discutimos essa emenda ao Plano Plurianual, que, obviamente, dá a
disposição do entendimento do Executivo quanto ao seu Projeto. Saí de lá, Ver.
Dr. Goulart e Ver. Sebenelo, com uma posição muito clara, a de que nós
construímos um primeiro passo, que é colocar nas diretrizes oficiais do
Município, ou seja, no Plano Plurianual, esse conteúdo do seu projeto, que é
constituir o Pronto Socorro da Zona Sul. Agora, não saí de lá, hoje, convencido
de que, com o atual quadro político construído por nós aqui no Legislativo e
mesmo com a disposição do Executivo, isso vá se tornar realidade, pelo menos a
curto ou médio prazo. Digo isso, porque esse seu Projeto creio que vem no
sentido de que nós temos que nos associar e convidar para vir aqui a comissão
técnica do Hospital Parque Belém, que defende a proposta do Pronto Socorro da
Zona Sul, para aprofundarmos essa discussão, porque o Pronto Socorro da Zona
Sul no Hospital Parque Belém tem toda a infra-estrutura, que é magnífica, já
tem lá toda a reforma estrutural. O que nos é colocado é que é preciso uma
receita em torno de 130 mil reais, Ver. João Dib, para que ele se torne
realidade, V. Exª que tem uma posição bastante crítica em relação ao Hospital
de Pronto Socorro da Zona Sul. Bom, 130 mil reais no orçamento de um Município,
para fazer funcionar um equipamento com essa potencialidade e essa disposição
na Cidade, é um valor que eu creio que todos os Partidos desta Câmara têm que
se envolver e discutir com profundidade, pois esta tem que ser uma política
prioritária do Município.
O Sr. Aldacir
Oliboni: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero saudar o nobre Vereador
Comassetto e dizer que, realmente, nós recebemos isso com profunda preocupação,
na medida em que nós podemos aqui viabilizar concretamente, através de emendas
na LDO e na Lei Orçamentária, o Pronto Socorro da Zona Sul, e o Secretário vem
com essa idéia de que é difícil. E quando nós ouvimos aqui o discurso, seja na
COSMAM ou no Plenário, todo mundo é favorável.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Quero-lhe
dizer, fazendo justiça, que o Secretário da Saúde do Município não é contra,
mas coloca um conjunto de dificuldades, e nós sabemos que, por si só, isso não
se concretizará. Portanto, esse é um Projeto que, tanto na sua aprovação aqui
nesta Casa, como na sua implementação, está em disputa e em construção. Então,
nós estamos aqui trabalhando, Ver. João Dib, por mais simples que sejam os
projetos, na construção de um modelo de cidade, da descentralização. E quando
apostamos em colocar no Calendário Oficial da Cidade de Porto Alegre uma festa
como é a de Belém Novo, que já tem 127 anos, tem o sentido de potencializar
aquelas comunidades, fortalecê-las política e culturalmente e descentralizar a
Cidade.
E por
falar nisso, Sr. Presidente, hoje pedi ao Secretário da Saúde que envie a esta
Casa, assim como está no espelho de hoje, na parte de ofícios recebidos, os
recursos da Saúde que são repassados da União para o Município. Pedi ao Sr.
Secretário que nos envie a dívida que é tida como do Estado para com o Município
em relação à Saúde. E esse é um tema que, creio, nós precisamos trabalhar,
porque o Sr. Secretário nos disse o seguinte: “O Estado não está repassando o
dinheiro da Saúde”. E isso é um problema que não vai permitir potencializar
Projetos como esse seu, Ver. Aldacir Oliboni. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI
SELL:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, quero discutir o PLE nº 198/05, de autoria do Ver. Brasinha, que
determina o cancelamento da licença para localização e funcionamento e do
alvará do estabelecimento que adquirir, distribuir, comercializar ou estocar
mercadorias e produtos falsificados ou contrabandeados. Em primeiro lugar, eu
queria chamar a atenção de V. Exª, Sr. Presidente, e da Diretoria Legislativa,
porque para regular essa matéria não cabe um Projeto de Lei ordinário. Eu tenho
um Projeto de Lei Complementar protocolado, bem anteriormente, já está nas
Comissões, que trata exatamente desse mesmo tema. Portanto, esse Projeto - já
discuti esse tema várias vezes com o Vereador - não pode vingar porque é um
Projeto de Lei ordinário, e nós precisamos de um Projeto de Lei Complementar,
uma modificação na Lei Complementar já existente que autoriza o funcionamento
de empresas, que concede alvarás. E o meu Projeto de Lei é Complementar,
anterior ao seu, Ver. Brasinha, portanto nós teremos que discutir,
provavelmente, a retirada do seu Projeto, com todo o mérito que tem, porque tem
que ser Lei Complementar. Se V. Exª quiser fazer emendas ao meu Projeto, use e
abuse, vamos aperfeiçoá-lo. É uma questão técnica, uma questão legal, nós
teremos que ver como a Diretoria Legislativa, enfim, tratará dessa questão. Nós
estamos plenamente de acordo com esse tema. Já lhe disse que sobre a questão do
alvará dos estabelecimentos que fornecem combustível, temos plena aceitação,
mas, na época, eu já havia alertado que isso tem de ser Lei Complementar. É só
para alertar sobre essa questão.
Eu queria comentar um Projeto de Lei do
Executivo. Quero fazer uma provocação saudável ao meu colega Ver. João Dib, que
há vários Projetos aqui, mas também há Projetos de Lei do Executivo. Pelo menos
há dois aqui, que eu vejo, que são do Executivo. Um deles, que acho altamente
meritório, que é a questão da oficialização do Caminho dos Antiquários no
Município de Porto Alegre.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre
Ver. Adeli Sell, se V. Exª vai fazer a provocação, o outro é a possibilidade de
funções gratificadas. Eu já disse que tem de vir o cálculo, em função da Lei de
Responsabilidade Fiscal, com assinatura do responsável pela despesa na
Prefeitura. Agora, esse do Caminho, acho que seria feira, ficaria melhor; só
isso que eu acho.
O SR. ADELI
SELL: Bom,
Ver. João Dib, concordo plenamente com V. Exª sobre a questão da Lei de
Responsabilidade Fiscal. V. Exª, como Presidente da Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e do Mercosul, tem até a obrigação de fazer com que isso
conste nos autos, acho correto.
A questão da oficialização do Caminho dos
Antiquários é porque esse é o nome, no qual haverá uma feira. Por sinal, queria
lembrar a quem ainda não foi e puder ir aos sábados, na Rua Marechal Floriano
Peixoto esquina com a Rua Demétrio Ribeiro, Praça General Daltro Filho, Rua
Coronel Genuíno e Rua José do Patrocínio, nessa confluência. Já elogiei o
Secretário Cássia, o Secretário Isaac, que estava lá no dia, pela correção e
ampliação que foram realizadas no chamado Caminho dos Antiquários, que, diga-se
de passagem, foi uma iniciativa do nosso colega Gerson Almeida, quando ainda
era Secretário da SMAM. É uma feira de antiguidades que acontece todos os
sábados. O Ver. Elói Guimarães estava no exercício da Prefeitura, esteve lá na
reinauguração do Caminho dos Antiquários conosco e viu o quanto é importante.
Ver. João Dib, V. Exª que conhece tão bem a Cidade, num sábado de manhã, eu
quero convidá-lo para que a gente vá ao Caminho dos Antiquários para tomarmos
um café e apreciarmos o encanto que é aquela região da Cidade. Portanto,
méritos ao Projeto do Executivo - tem o nosso voto, tem o nosso apoio.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Maristela Maffei está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Sr.
Presidente, Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na
Pauta de hoje nós temos, como disse o Ver. João Antonio Dib, muitos Projetos.
Embora alguns autorizativos e outros não, o importante é que os Vereadores
tenham a sensibilidade de perceber que é preciso ter iniciativa e ser
propositivo. Muitos, na verdade, são constituídos e legitimados com a vinda do
PPA, da LDO e da Lei Orçamentária - como foi aqui o que o meu nobre colega Ver.
Comassetto falou -, quando dependem de verba orçamentária para, de fato,
constituírem aquela proposição.
Eu queria abordar o Projeto do próprio Ver.
Comassetto, que institui, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre a
Festa de Nossa Senhora de Belém. Nós temos, na nossa Cidade, muitas festas que
são, exatamente, uma forma de atração de um grande número de público, não só
local, mas principalmente de toda a Cidade. E quem já foi lá no Belém percebeu
claramente que ele inclusive fala muito e diz respeito a outro Projeto da Verª
Clênia Maranhão quando institui, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto
Alegre, a Romaria das Águas, no dia 12 de outubro. Na Festa de Belém, no
segundo domingo de setembro, todas as paróquias próximas fazem, de uma certa
forma, uma reunião de todas as paróquias para poder contemplar, para poder
fazer essa enorme junção de atividades à Nossa Senhora de Belém. Já a Verª
Clênia Maranhão institui no dia 12 de outubro, no Dia da Criança, no Calendário
de Porto Alegre, a Festa das Águas.
Isso é de extrema importância, porque aqui pode
ser como os pequenos projetos, mas lá na localidade, acaba agregando, reunindo
esse povo para a sua oração, para a sua devoção. Ver. Besson, sabe o quanto
isso significa? A festa não é só apenas uma confraternização da comunidade, mas
é a forma de sobrevivência, é a forma de união, é a forma de conversão - por
que não -, das pessoas que se aproximam, das pessoas que querem um pouco de
calor humano, das pessoas que querem um pouco de solidariedade.
Então, são projetos que, em tese, podem ser
simples, mas que têm um enorme significado, da mesma forma que tem em outra
área a idéia da construção do Pronto Socorro da Zona Sul.
Nós entendemos que a iniciativa do Vereador tem
que ser louvável, nobre Ver. João Antonio Dib, porque em tese abre uma
discussão, e ao abrir a discussão nós temos a possibilidade de sermos
convencidos, ou não. E, ao sermos convencidos, nós temos a certeza de que esses
eventos culturais da Cidade, sejam eles entrando no Calendário Cultural da
Cidade, ou sejam eles instituindo um serviço, acabam agregando pessoas, acabam
trabalhando com a idéia da inclusão social e acabam, também, possibilitando que
aquelas comunidades tenham a estrutura necessária para elaborar o evento,
porque na grande maioria, quando precisam do poder público, não tem essa
estrutura, nem sequer para a segurança, nem sequer para segurança do trânsito
em algumas delas, porque passam em algumas avenidas principais da Cidade. Por
isso são, sim, importantes esses projetos, porque eles acabam agregando e
contemplando a vontade popular e a idéia da inclusão.
Nesse sentido, eu queria parabenizar todos os
Vereadores que têm essas iniciativas, porque elas trazem para esta Casa uma
discussão que é salutar e que tem profunda significação social. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, nossa Pauta mostra vários Projetos extremamente
interessantes, por exemplo, um Projeto do Ver. Adeli Sell, que institui o Dia
Municipal do Gibi. Que maravilhosa a idéia que o Vereador teve! O chamado “gibi
mensal” foi uma contribuição fantástica para a cultura da minha juventude,
quando nós tínhamos duas coisas fundamentais: a primeira, a representação
artística das figuras, ou em guerra ou em uma luta entre o bem e o mal; em
segundo lugar, a questão do desenho em quadrinho, que tinha, na época, um nível
de comunicação, de caricaturização e de sugestão muito maiores do que
atualmente com a riqueza que temos de imagem. Então, eu queria dizer para o
Ver. Adeli Sell, que lamentavelmente não se encontra aqui agora, que fiquei
muito feliz com a idéia da criação do Dia Municipal do Gibi João Mottini. O
Mottini foi um dos principais dentre os caras que mais entendiam de gibi. Esse
Projeto - eu acho - resgata a história para as gerações atuais. E quando eu
penso que as gerações atuais não vão ligar para essas coisas mais antigas...
Por exemplo, sobre o Pelé o meu filho dizia: “Não é nada disso que tu dizes”.
Depois, vendo na televisão: “Pô, realmente era uma maravilha”! Então, essas
coisas que nós falamos para os nossos descendentes ficam plasmadas na beleza e
na arte dos traços dos grandes criadores do antigamente chamado “gibi mensal”.
Por outro lado, eu queria me congratular com a
Verª Maristela Maffei - e eu sei que esta não é uma tribuna de congratulações.
Hoje eu quero dizer que sou um apaixonado pela Lomba do Pinheiro. A Lomba do
Pinheiro tem a sua grande rainha, que desfila lá com grande desenvoltura, e é,
indiscutivelmente, a Verª Maristela Maffei. E sábado, na Lomba do Pinheiro, na
Parada 6, Vereadora, nós teremos uma feira com dosagens sanguíneas, medidas de
pressão, consultas médicas, clínicas; nós teremos palestras antifumo; palestras
sobre câncer de mama e mais 12 ou 14 iniciativas do Lions Club Porto Alegre,
Rio Branco. E esse trabalho é maravilhoso, porque a gente passa um dia lá na
Lomba do Pinheiro, naquela comunidade magnífica, maravilhosa, onde nós temos
amigos, onde V. Exª tem amigos e um alto prestígio pelo trabalho maravilhoso
que desenvolve e pontifica o seu trabalho com a criação, muito feliz, da Semana
da Lomba do Pinheiro. Sabe por quê? Porque a Lomba do Pinheiro é linda! A vista
da Lomba do Pinheiro é maravilhosa! A geografia da Lomba do Pinheiro é toda
acidentada, é toda cheia de morros, e lá, fundamentalmente, ainda temos o nosso
rururbano. E nós temos essa felicidade na Cidade de ter o povo da Lomba do
Pinheiro - que gente maravilhosa que está ali - com os quais nos
confraternizamos a toda hora. É por isso que eu lhe digo, Vereadora, meus
parabéns pelo seu Projeto - merecidíssimo. E, se alguma coisa pode ser feita
por um Vereador é exaltar o seu bairro, e quero, inclusive, dizer que todos os bairros
são bairros da Vereadora, mas qualquer coisa que houver, em qualquer bairro, V.
Exª sai correndo para ajudar, mas a questão não é essa, é que lá V. Exª é o
autóctone, pertence a ele, é egressa do bairro Lomba do Pinheiro. Maravilha, e,
às vezes, sinto até uma ponta de inveja do seu prestígio.
O Sr. Ervino
Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço, em primeira mão,
pela gentileza de V. Exª por me conceder o aparte, mas, em cima das colocações
dos projetos importantes, meu caro Vereador, tem um outro de grande
importância. Estou vendo aqui o de autoria do Ver. Brasinha. O que o Ver.
Brasinha quer com o Projeto dele? Determina o cancelamento da licença para
localização e funcionamento e do alvará do estabelecimento que vende produtos
falsificados ou contrabandeados - e drogas. É importante esse Projeto do Ver.
Brasinha! Parabéns, Ver. Brasinha! É um Projeto que, sinceramente, achamos da
maior importância. Sou grato a V. Exª.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO:
Meus parabéns ao Brasinha, e, Ver. Brasinha, eu queria lhe dizer o seguinte:
que eu vou ocupar o Tempo de Liderança, aqui, que o Ver. Braz está me
concedendo, pela Liderança do PSDB, mas também pela liderança do Brasileirão. A
última partida do Inter foi apertada e teve um título muito significativo:
“mata-secador”. Cuidado com esse coração, Brasinha!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY:
Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Senhoras e Srs. Vereadores, público que
nos assiste, imprensa, faço uso da tribuna hoje para falar em nome da Liderança
do nosso Partido, o PDT dos Vereadores Dr. Goulart, Ervino Besson, Neuza
Canabarro, Nereu D'Avila, Mario Fraga e deste Vereador.
Estamos atônitos com as tristes notícias que
todos dias preenchem as principais colunas dos jornais do nosso Brasil. A crise
moral está instituída no Congresso. Percebemos que os grandes responsáveis
ficaram sabendo das notícias pela mídia, como eles mesmos dizem. Ora, por
favor! Aqueles que negam a autoria estão utilizando um instrumento que nós
devemos combater. De alguma maneira é necessário, para que nós possamos dar uma
resposta à sociedade brasileira, que se crie alguma ferramenta que impeça essa
manobra que está sendo feita pelos responsáveis por essa grande crise que está
afetando nosso País, qual seja, a renúncia do mandato. Quando o Parlamentar
renuncia ao mandato, praticamente ele está ganhando uma bonificação, porque a
penalidade que lhe seria atribuída simplesmente se evapora, e, na próxima
eleição, ele vem candidato de novo. Como já ocorreu em outras eleições,
Deputados e Senadores que renunciaram ao mandato por estarem sendo indiciados
em crimes acabam sendo reconduzidos pelo voto popular. De alguma maneira, Verª
Neuza, nós temos de combater esse instrumento que está sendo utilizado por
alguns Parlamentares que renunciam e, na eleição que vem, voltam candidatos;
portanto, não são punidos e não têm os oito anos de cassação dos seus direitos
políticos. Mas quero também fazer uma reflexão, porque o nosso Partido está de
peito erguido neste momento. O PDT está fora dessa lama toda que está aí.
Elegemos 300 Prefeitos, 307 Vice-Prefeitos e 3.252 Vereadores na última
eleição. O nosso Partido, que agora sexta-feira, dia 23, recebe grandes
filiações, está recebendo o Senador Cristovam, é o Partido que dá espaço para o
jovem, dá espaço para a mulher, dá espaço para o negro; é o nosso querido PDT.
E é com muito orgulho que hoje venho a esta Tribuna dizer que nós vamos colocar
o nosso peito n’água na eleição do ano que vem, de 2006, para dar a nossa
contribuição, carregando a bandeira da ética, a bandeira da moral, dos
princípios e a história que nos deixou esse legado de grandes líderes como Getúlio,
Jango e Brizola. E vamos, sim, dar a nossa contribuição para modificar essa
lama toda em que se encontra o nosso País hoje. Mas nós não vamos aceitar, não,
que, simplesmente, os envolvidos renunciem aos mandatos e voltem candidatos na
eleição que vem. Vamos denunciar, sim, acompanhando de perto, para que sejam
apurados e punidos os atos irresponsáveis que foram cometidos por aqueles que
estavam à frente de grandes posições no Governo Federal.
Fica essa reflexão e a nossa indignação por essa manobra que se está vislumbrando e que hoje, praticamente, tem sido utilizada como ferramenta para salvar a carreira política de políticos que não merecem a credibilidade do povo brasileiro. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR.
PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. MANUELA
D'ÁVILA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e todos que nos
assistem nas galerias e na TVCâmara. No dia de ontem, dia 20 de setembro, nos
principais jornais do nosso País e do nosso Estado também, nos jornais Zero
Hora e Correio do Povo, foram veiculadas matérias que fazem menção a uma
pesquisa do Dieese, uma pesquisa que tem o nome “Juventude: Diversidades e
Desafios no Mercado de Trabalho Metropolitano”. O Dieese é o Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos.
O que foi comprovado por essa pesquisa? Mais uma
vez que, se o desemprego já é grande em nosso País, ele é muito maior quando
tratamos ou quando nós o enxergamos a partir da faixa etária da nossa
juventude.
A Região Metropolitana da nossa Capital, em 2004, foi uma
das que registraram o maior índice de desemprego juvenil entre as regiões
metropolitanas das capitais do nosso País. O desemprego entre os jovens de 16 a
24 anos foi duas vezes superior ao registrado pelos desempregados em geral em
quase todas as Regiões Metropolitanas.
Por que falo isso, mais uma vez, aqui nesta tribuna? Porque,
muitas vezes, quando nós pautamos a necessidade de que existam políticas
includentes para essa parcela da população que é a juventude, nós achamos, Ver.
Todeschini, que isso não é importante de fato.
Não é mera coincidência, e eu repito isso muitas vezes,
porque para mim é quase uma verdade absoluta, embora eu não tenha verdades
absolutas; não é mera coincidência que o número de desemprego seja gigantesco
na juventude e seja essa mesma juventude, Ver. Sebenelo, a que mais morre em
crimes cometidos com armas de fogo em nosso País. Não é mera coincidência que o
desemprego seja o dobro ou duas vezes maior na juventude, e 91% da juventude
brasileira esteja fora das universidades. Também não é mera coincidência que
esse desemprego seja tão gigantesco para a juventude do nosso País, quando nós
sabemos que não são abertas vagas pelo sempre argumento ou eterno argumento da
falta de experiência.
Nós precisamos, aqui na nossa Cidade, assim como
temos estimulado sistematicamente, a partir do Governo Federal, um programa que
realmente consiga inserir essa juventude no mercado de trabalho.
Não existe como, senão por parte de convênios
com os órgãos públicos deste País, do Governo Federal, dos Governos Estaduais,
dos Governos Municipais, nós inserirmos a juventude no mercado de trabalho. Não
se trata aqui, simplesmente, de uma questão de falta de formação profissional.
Existem milhares de jovens que estão entre esses
números dos desempregados das Regiões Metropolitanas, que têm 2º Grau completo,
que têm ensino técnico profissionalizante e, mesmo assim, não conseguem essas
vagas no mercado de trabalho.
Essa realidade só nos entristece e só nos faz
ter certeza de que só conseguiremos inverter isso a partir de iniciativas
concretas. E, por isso, mais uma vez, eu afirmo: a Prefeitura Municipal de
Porto Alegre deve trabalhar na perspectiva de convênios com as empresas que
estão nesta Cidade, para que sejam gerados os programas de primeiro emprego.
Nós temos experiências que são ricas, da
perspectiva de capacitação profissional, Ver. Oliboni - que preside a Sessão,
neste momento -, a nossa incubadora tecnológica. Agora qual a valorização,
nessa incubadora, que dão para os jovens que estão desempregados e que devem
ser inseridos no mercado de trabalho? É pouca ou quase nenhuma, historicamente
é assim, mas devemos inverter isso rapidamente.
E queria colocar também: se nós pegarmos os
jornais, os mesmos grandes jornais de circulação do nosso Estado, no dia de
hoje, vamos ver mais mortes de jovens. Um deles, inclusive, Eduardo, um jovem de
19 anos, colorado - como a maior parte dos Vereadores desta Casa e a maior
parte dos gaúchos -, que morreu vítima de um desses assassinatos estúpidos que
acontecem cotidianamente, e nós continuamos a não ter alternativa.
Tenho a convicção de que esses jovens que matam,
esses jovens armados - em sua maior parte com idades até 24 anos, e já tão
cruéis -, esses jovens podiam ter o seu destino, a sua história completamente
alterada, se nós tivéssemos políticas que os incluíssem.
Nós não podemos deixar o futuro deste nosso País
nem matar nem morrer. Nós temos que conseguir reverter essa realidade
rapidamente. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Vereador e companheiro Oliboni, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, o Partido dos
Trabalhadores viveu neste último fim de semana um período fundamental na
história, na luta pela democratização das políticas, em especial da sua disputa
interna. Nós tivemos vários companheiros e uma companheira, em nível nacional,
que estiveram à disposição do nosso Partido, colocando as suas diferenças
internas, na sua renovação (do Partido), nos últimos acontecimentos nacionais.
E nós, de uma forma muito feliz, queremos dizer
que tivemos uma demonstração, Vereadora e companheira Margarete Morais, de uma
forma saudável do nosso Partido, em que quase trezentos mil filiados e filiadas
se manifestaram em relação à renovação do Partido.
Um comparecimento médio de 40% do total dos
filiados, e, se mantida essa tendência, nós acreditamos que chegará aos
trezentos mil votantes, e, por volta de sexta-feira, teremos o resultado.
Nós, felizmente, sentimos em âmbito nacional uma
renovação e um reequilíbrio das forças internas do nosso Partido, dando um novo
vigor e uma demonstração de crédito de que o Partido dos Trabalhadores, que
sempre foi um Partido que lutou pela democracia, renova também internamente,
colocando em prática aquilo que está no seu Estatuto, que é, sim, a
participação de todos os filiados e filiadas. E nas urnas, na boca-de-urna, no
voto, com certeza passaram, sim, ali, várias teses que simbolicamente se
traduziram no reequilíbrio interno do Partido dos Trabalhadores.
Nós temos o Ricardo Berzoini, que passou para o
segundo turno, e temos dois candidatos também que estarão, um, provavelmente,
no segundo turno: um é o Valter Pomar, um grande companheiro ligado aos
movimentos sociais, ligado ao movimento dos sem-terra, e também a uma
elaboração profunda de esquerda; o outro, é o nosso Deputado, ex-Prefeito da
Cidade, Raul Pont, que é um teórico, com elaboração socialista internacional, o
que nos dá muito orgulho.
No Rio Grande do Sul, eleito com aproximadamente
90% dos votos da totalização dos filiados, a proclamação do nosso ex-Governador
e sempre companheiro, Olívio Dutra, que nos enche de felicidade, nos dá uma
nova aura ao Partido para seguirmos os nossos horizontes nos princípios do
Partido dos Trabalhadores, na revigoração da democracia interna.
Aqui, em Porto Alegre, mais de 2.800 votantes,
muito acima da expectativa da previsão, da participação plural no Diretório
Municipal, onde todos os grupos se fazem representar, nenhum grupo tem maioria
na sua chapa de composição para o diretório e para a executiva.
E vão para o segundo turno os nossos
companheiros Chico Vicente, integrante da CUT e da executiva estadual do PT,
bem como Cícero Balestro, que também faz parte do diretório estadual e da
executiva municipal de Porto Alegre.
Portanto, o Partido dos Trabalhadores, que passa
por toda essa crise, além dos fatos que repudiamos, mas também os fatos que nos
atordoam diariamente, com a cristalização, através da imprensa, que criminaliza
o nosso Partido no geral, nos dá uma demonstração de civilidade, de
participação e demonstra que o PT está vivo, que estamos prontos para as
disputas que virão, de cabeça erguida, com a democracia que sempre faz parte da
nossa vida, e varrendo, definitivamente, a hegemonia do nosso Partido, que não
faz bem para ninguém, muito mais para um Partido como o nosso.
Viva o Partido dos Trabalhadores!
Parabéns aos que participaram da disputa! E quem
ganha com isso são as instituições internas, a democracia e o exemplo
internacional. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, dizer que a
corrupção grassou dentro do Congresso Nacional, eu acredito que não seja uma
afirmação verdadeira. Eu acredito que o Congresso Nacional tenha feito o seu
papel ou, pelo menos, está tentando fazer o seu papel no sentido de criar as
CPIs necessárias para que seja averiguada a corrupção toda que existe no País,
para que sejam punidos os culpados e para que nós possamos, quem sabe, ter a
moralização dos processos políticos que ocorrem, realmente, em todos os
setores.
Mas, se nós formos falar em corrupção, eu acredito que o “Bob Jefferson”, o Roberto Jefferson, no seu discurso final, praticamente no seu discurso de despedida da Câmara Federal, estava absolutamente correto. Ele dizia o seguinte: “A corrupção está do outro lado da praça”. Ele queria dizer o seguinte: a corrupção está, na verdade, no Executivo. A corrupção está dentro do Governo Lula, e lá é que se precisa averiguá-la! Ontem, quando foi dado o depoimento do Toninho da Barcelona, aquele doleiro que está preso, que foi ouvido pelas CPIs, o que nós ouvimos do Toninho da Barcelona, ou pelo menos o que está hoje nos jornais, é exatamente a idéia de que um Partido, o PT, acabou se beneficiando daquilo que realmente é o dinheiro público, daquilo que é realmente o dinheiro que deveria estar servindo para melhorar a Saúde, para melhorar o transporte, para melhorar a Educação, para que nós, brasileiros, pudéssemos ter uma vida melhor. O PT utilizou esse dinheiro para poder fortalecer-se, para que ele pudesse eleger os seus Deputados, eleger o seu Presidente, eleger Governadores, eleger Prefeitos, eleger Vereadores em todo o País! E eu acredito que isso tem de ser verificado.
Eu acho que
não basta achar que, agora, Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa, quando
se cassou o mandato do Roberto Jefferson, se encerra tudo por aqui e se conclui
o seguinte: “Olhem, vamos cassar mais uma meia dúzia de Deputados e, de
repente, nós voltamos à normalidade”. Eu acho que a normalidade, neste País, só
pode retornar depois que se verificar a questão do dinheiro que foi roubado do
País, que foi roubado da população, que foi retirado da Saúde, que foi retirado
da Educação, que foi retirado sem que pudéssemos obter uma melhor condição de
vida para todos os brasileiros, que foi retirado para fortalecer um Partido
político e os seus aliados. Eu acho que isso, realmente, é alguma coisa que tem
que ser verificada a fundo. Enquanto nós não soubermos detalhe por detalhe
desse dinheiro que serviu para eleger, de forma irregular, esses que estão
dirigindo, hoje, o nosso País, eu acredito que nós não poderemos chegar ao fim
de nenhum processo.
Eu acho que,
se pararmos por aqui, se simplesmente quisermos colocar uma pedra em cima de
tudo, uma “pá de cal”, e acharmos que podemos continuar daqui para frente, o
que vai acontecer, Ver. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, é que na próxima eleição novamente vai ser utilizado o caixa dois,
novamente aqueles que corromperam e que roubaram a Nação vão continuar
corrompendo e roubando a Nação, e nós vamos ter apenas uma seqüência daquilo
que aconteceu até hoje e que, infelizmente, não foi ainda averiguado a fundo
por nenhuma das CPIs. Mas eu ainda creio, eu ainda acredito na decência das
pessoas, na honestidade das pessoas, e ainda acredito no Congresso Nacional!
Apesar de tudo o que aconteceu, ainda acredito no Congresso Nacional! E acho
que, lá, no Congresso Nacional, poderá, realmente, haver investigações
profundas que possam, realmente, dar para nós, Ver. Haroldo de Souza, a verdade
de todos esses fatos, para que as pessoas não sejam mais enganadas no sentido
de que existe um Partido extremamente soberano que é capaz de saber toda a
verdade e ditar as regras para o futuro do nosso País. O que nós temos que
fazer é averiguar a verdade e punir os culpados.
O SR. PROFESSOR
GARCIA:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje de manhã,
juntamente com o Presidente, Ver. Elói Guimarães, tivemos a oportunidade de
participar do lançamento da expansão do Grupo Gerdau, que duplicou as suas
atividades, produzindo 500 mil toneladas por ano. Mas, Ver. Elói, uma das
coisas que me chamou a atenção é que esse investimento do Grupo Gerdau - eles
estão investindo 860 milhões de reais - é algo astronômico. Mas, ao mesmo
tempo, tentando fazer uma analogia, passaram pelas contas do Marcos Valério 4,9
bilhões, ou seja, seis vezes mais do que aquela importância que é o maior
investimento do Rio Grande do Sul. Então, podemos dizer que é algo realmente
astronômico, 4,9 bilhões é duas vezes mais do que todo o Orçamento anual de
Porto Alegre. Gostaria de parabenizar o Grupo Gerdau por essa iniciativa.
Eu quero me deter num assunto sobre o qual eu
havia me pronunciado, na semana passada, um assunto de que eu sempre falo, a
questão dos postos de combustíveis, e disse que iria começar a operação
conta-gotas. Eu falei isso na segunda-feira da semana passada, não nesta
semana, e o preço dos combustíveis, em Porto Alegre, estava em R$ 2,79. E eu
usei, até, uma frase dizendo que, mais uma vez, não precisaríamos ter bolinha
de cristal e que iria começar, novamente, a operação conta-gotas.
E, hoje, se nós notarmos, já grande parte dos
postos de combustíveis, em Porto Alegre estão com os preços a R$ 2,67, R$ 2,68,
devendo, ainda, baixar mais uns três ou quatro centavos para depois
estabilizar. É que, na realidade - volto a dizer -, nós não conseguimos
conceber o porquê disso em termos racionais.
Em termos de margem de lucro, de ganância, de
extorsão da população, nós podemos entender o que está havendo, mas analisando
sob outros aspectos, não. Eu também disse que o Ministério Público já tinha
fechado um posto de gasolina, está em processo de fechar 20 postos, e 150 estão
sendo investigados. Obtive uma informação de que, até o final do mês de
setembro, mais cinco postos de combustíveis, em Porto Alegre, deverão ser
fechados, mostrando, sim, que o Decon, o Procon e o Ministério Público estão
autuando e vão fazer com que os donos de postos de combustíveis façam uma
reflexão maior no sentido de se é válido e justo ter esse lucro abusivo e, ao
mesmo tempo, de uma hora para outra, ver os seus negócios serem apreendidos e
estarem sendo supervisionados sob uma outra ótica.
Então, nós queremos repetir, de público, aquilo
que nós já dissemos e acompanhamos: não é preciso ter bolinha de cristal,
porque esses fatos são notórios e acontecem sempre na nossa Cidade. Ou seja, os
preços estavam em R$ 2,79, começou a operação conta-gotas, e hoje já estão em
R$ 2,67. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO
MELO:
Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, colegas Vereadores e Vereadoras,
inicialmente eu quero relatar ao Presidente e aos meus colegas que hoje, pela
tarde, mais precisamente às 14h, o Tribunal de Contas, em reunião ordinária,
finalmente analisou as denúncias deste Vereador em relação aos contratos,
recolhimento, capina e destino final do lixo em Porto Alegre na gestão do Sr.
Prefeito Tarso Genro. Esse Processo dista de 2001, Ver. Ervino, eu levei essa
denúncia ao Ministério Público Especial; o Ministério Público entendeu que
havia indícios de superfaturamento e patrocinou, então, a representação. De
novembro de 2001 até agora, esse Processo teve um primeiro julgamento que foi
pelo arquivamento, Ver. Luiz Braz. O Ministério Público recorreu, e agora o
Relator do Processo é o Conselheiro João Luiz Vargas. O que aconteceu lá à
tarde, agora? O Conselheiro proferiu o seu relatório, o Ministério Público fez
uma longa sustentação pedindo a devolução de um milhão, 853 mil reais, quantia
essa que, colocando correções e juros, vai passar, Ver. João Antonio Dib, de 3
milhões de reais, na gestão do Sr. Darci Campani, e o Conselheiro João Luiz
Vargas proferiu seu voto com muita sustentação, pedindo a devolução de um
milhão, 853 mil reais, mais as correções; e o Conselheiro Hélio Mileski, que já
tinha sido relator e havia propugnado pelo arquivamento, pediu vista ao
processo, que é um dispositivo regimental do Tribunal. Nós esperamos que, o
mais rápido possível, aconteça o julgamento final.
Mas o que eu posso dizer é que parcialmente,
Verª Maristela, estou satisfeito, mesmo com a demora, porque acho que a gestão
do Dr. Darci Campani foi temerosa. Se eu pudesse resumir, foi uma gestão
toma-lá-dá-cá: pegava dinheiro das empresas para a campanha, superfaturando
contratos. Isso não é aceitável em lugar nenhum, muito menos no Rio Grande, em
Porto Alegre.
Em 2001, quando levantei essa matéria, até mesmo setores da
imprensa diziam: “Não, mas Ver. Melo, no PT não tem, não; no PT todo mundo é
honesto. Isso é uma coisa meio esdrúxula”. Pois o tempo está-nos dando razão,
Sr. Presidente. No início, estávamos sozinhos, e a essa denúncia foi-se
juntando uma série de outras que hoje o Brasil inteiro sabe. Essa questão do
lixo, onde o PT administra, é muito séria! Muito séria!
Estou com a expectativa de que o Tribunal julgue finalmente
a devolução dos 3 milhões e que esse dinheiro possa ser reposto aos cofres
públicas, para ser investido na Saúde, na Educação e em tantas áreas que o
dia-a-dia da nossa Cidade reclama.
Portanto, nós achamos que o Tribunal, mesmo que tardiamente,
enfrentou a questão. Esperamos que esse pedido de vista não seja demorado, que
volte, para que os outros conselheiros possam proferir os seus votos, e que a
gente possa, afinal, ter uma decisão sobre esse tema tão importante.
Quero dizer que fiz isso não como denuncismo. Eu
acho que o papel fundamental de um parlamentar é fiscalizar. Eu fiscalizei, fui
atrás, trabalhei noites e noites junto com a minha assessoria para poder
encontrar possíveis irregularidades. Elas foram encontradas e o Ministério
Público deu guarida a elas. Eu quero cumprimentar, de forma maiúscula, o Dr.
César Miola e o Dr. Geraldo da Camino que foi o Promotor desse Processo e que
também não mediu esforços, num trabalho magnífico e extraordinário em que
sustentou pela devolução desses valores de que nós representamos a denúncia em
2001. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, que maravilhoso País o nosso: é capaz de continuar crescendo depois
de um Collor; depois do pior dos brasileiros vivos, que é o Sr. José Ribamar de
Araújo Costa, conhecido por José Sarney, tão ruim é o indivíduo que tem
residência no Maranhão e é Senador pelo Amapá, e é tão potente e prepotente que
tem uma cidade, no Maranhão, que se chama São José Ribamar - inventou até um
santo. E este País maravilhoso vence todas essas peripécias, até com a estranha
e exótica figura do Severino na Assembléia Geral da ONU, falando em nome do
nosso País.
Mas o meu amigo Ver. Haroldo de Souza deu-me
aqui o jornal “El Ciudadano”, do dia 15 de setembro de 2005, de Rosário
Central, Argentina. Vejam o quanto este País é maravilhoso! O que fez o nosso
Presidente? Diz no jornal O Clássico Sul-Americano - Brasil e Argentina é o
clássico sul-americano, afirma o Ver. Haroldo de Souza - “Em qualquer fórum
multinacional, como foi a Assembléia de ontem, sói acontecer as diferenças
entre Argentina e Brasil, talvez por isso na delegação Argentina gerou
comentários picantes a decisão de Luiz Inácio Lula da Silva de retirar-se antes
de falar, na parte da manhã, da Assembléia da ONU. Em um momento (estou fazendo
uma tradução do jornal) foi mais que perceptível o desgosto, a insatisfação de
Lula ao anunciar-se um novo orador antes dele, e quando se anunciou a vez do
Presidente da Nicarágua, o brasileiro se levantou e abandonou o recinto -
grande diplomata, grande representação do nosso País. Assim, quando chegou a
vez do Brasil, Lula não estava. Isso pôs em apuro o Presidente do Peru, que
teve de falar antecipadamente”.
O nosso Presidente da República, o homem que
mandou fazer um avião especial para ele, e não da Embraer - e com o avião da
Embraer ele podia ter ido lá - foi lá e representou mal o País: saiu, não
falou! Nenhum diplomata faz essa barbaridade que fez o Presidente República de
todos os brasileiros! Só que a sua assessoria de imprensa não permitiu que isso
fosse lido no Brasil. Os argentinos tiveram que falar lá e nós lermos aqui,
porque a comitiva de imprensa que acompanhava S. Exª, o Presidente da
República, não nos contou essa barbaridade. Ele não é o Sr. Lula, ele é o
Presidente dos brasileiros, como aquele exótico Severino. Nós somos muito bem
representados por essa dupla! Eu não sei qual dos dois é pior?! Mas os dois não
prestam. Representaram muito mal a Pátria! E quando se fala da Pátria, tem de
se ter muito respeito! Não se pode fazer o que o Presidente da República fez
nas Nações Unidas. Aí, ele, como é entendido de aviões, chegou aqui e doou
alguns aviões; enquanto comprava aviões usados da França, ele doava aviões
usados para a Colômbia e Paraguai, para a defesa das fronteiras brasileiras,
talvez! Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nos últimos meses,
nós temos - a população brasileira, os militantes da imprensa nacional -
acompanhado a grave, trágica crise brasileira. A cada dia novas cenas de horror
político, a cada dia o crescimento da desqualificação da representação
política, a desmoralização da esquerda, o crescimento da corrupção
potencializada pelo marketing, as relações
corrompidas entre poderes, inclusive denúncia de corrupção envolvendo o
Parlamento para a aprovação da Reforma de Previdência e da Lei da Biosegurança.
Mas se tudo isso não fosse suficiente para horrorizar o País, nós temos, como
desdobramento dessa crise ético-política, enfrentado dois novos gravíssimos
problemas com repercussões que nós ainda não podemos avaliar. O primeiro que eu
queria me referir é o risco da fragilização da democracia, o risco do
crescimento da falta de credibilidade nas instituições públicas. Ao lado da
perplexidade pelo superfaturamento, pela apropriação da coisa pública, pelas
remessas ilegais de dinheiro para o exterior, o que faz com que não saibamos o
resultado de todo esse processo envolvendo ou o Presidente da República ou seus
principais Ministros, nós temos, como conseqüência, o risco da fragilização
democrática e, além disso, nós temos a invisibilidade do crescimento da
miséria, do crescimento da pobreza, do crescimento da desigualdade social. Esta
é uma outra faceta perversa desta crise política.
Os dados do Dieese, da pesquisa realizada nas
principais metrópoles brasileiras, mostram o crescimento do desemprego e
apontam, também, como vítima dessa política - uma política impressa
fundamentalmente nas hostes do Ministério da Fazenda, impressa nas políticas do
Banco Central, uma política que coloca o crescimento das atividades econômicas
absolutamente submersos aos interesses do capital financeiro, especulativo,
internacional -, os jovens entre 18 e 24 anos, estejam ao final da linha.
E para concluir, Sr. Presidente, queria citar um
dado dessa pesquisa, que acho que é extremamente grave: em 2004, na mesma área
pesquisada, havia um milhão e 623 mil jovens, e um ano depois subiu o número de
desempregados, na mesma faixa etária, no mesmo espaço geográfico, para 3
milhões e 498 mil. É impressionante que enquanto cresce a pauperização da
população, enquanto os dados do IPEA mostram a face étnica dessa pobreza
geracional, nós não possamos estar nos voltando à realização das pressões
políticas para a modificação desse quadro econômico brasileiro. Porque a versão
pública dada sobre a política econômica é de que ela é maravilhosa. E eu
concordo que ela é maravilhosa, mas para o Banco Itaú, para o Bradesco, para os
grandes banqueiros, que multiplicam a cada dia os lucros dos bancos,
transformando o Brasil num paraíso dos banqueiros, transformando os empresários
do setor produtivo em sobreviventes da crise e transformando a grande massa de
trabalhadores em desempregados sem esperança.
Então, quando se avalia a crise ética e política
brasileira, eu acho que esse tema tem de ser incluído para que possamos tomar
algumas medidas efetivas de restauro das condições econômicas e do
desenvolvimento brasileiro.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregoamos as Emendas nºs 08 e 09 ao PLE nº
010/05, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que dispõem sobre o Programa
Municipal de Parcerias Público-Privadas.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à
Esta semana não foi possível fazermos a reunião
que normalmente é feita entre a Mesa e Lideranças, em face do feriado do dia 20
de setembro, embora tenha havido Sessão na véspera do feriado.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Estou encaminhando um Requerimento, pela
Frente Popular, da nossa proposta de votação, já que não houve acordo. Seria a
seguinte a ordem de votação no dia de hoje: Requerimento nº 219/05, PR nº
041/05, PLL 076/05, PLL 121/05 e PLCL nº 001/00. Obrigada, Sr. Presidente.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, procurando manter o estilo de
trabalho deste Parlamento, que é o diálogo democrático entre as Bancadas, que
procuram sempre, conjuntamente, construir a Ordem do Dia, o Requerimento que
apresento a V. Exª, depois de consultar várias Lideranças partidárias, é para
que possamos suspender esta Sessão por alguns minutos, para, de uma forma
coletiva, construirmos uma proposta de ordem de votação na tarde de hoje.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão faz um Requerimento para
que se suspenda a presente Sessão por cinco minutos, para que se esgote a
possibilidade de um acordo. Eu defiro o Requerimento e, se não houver um
entendimento, aí sim, nós submeteremos à votação, em primeiro lugar, o
Requerimento formulado pela Verª Maristela Maffei. Estão suspensos os trabalhos
por cinco minutos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h35min.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 16h57min): Estão
reabertos os trabalhos. Está havendo consenso, Verª Clênia Maranhão?
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Acredito
que chegamos a um consenso. Vou sugerir e, qualquer coisa, faremos aditivos.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Estamos retirando, então, Presidente, o Requerimento da
Frente Popular e acordamos com a maioria.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Então, está retirado o Requerimento da Verª
Maristela Maffei. Ouço a proposta conciliadora da Verª Clênia Maranhão.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO (Requerimento): Primeiro, a votação do Requerimento nº 219/05,
de autoria da Verª Sofia Cavedon; segundo, o PDL nº 005/05; terceiro, o PLL nº
076/05 e, quarto, o PLE nº 010/05. Por enquanto, esses estão acordados, e nós
estamos discutindo a possibilidade de novos projetos serem agregados, caso
possamos cumprir esta pauta.
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Obrigada, Sr. Presidente, é apenas para fazer um registro para não termos
qualquer dúvida: nós construímos este acordo, com uma posição da Frente Popular
de que não podemos votar hoje o Projeto referente às Parcerias
Público-Privadas, PLE nº 010/05, mas podemos discuti-lo. Referendamos o
Requerimento, apenas fazendo essa observação, porque, se não houver acordo de
apenas discutir, encaminharemos um Requerimento para protelar a votação, em
função de nós termos que amadurecer um pouco mais a avaliação dessa matéria.
Essa é a posição das três Bancadas, Verª Clênia. Concordamos em discutir, mas
não votar ainda o Projeto das Parcerias Público-Privadas.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Fica bem. Então, no Projeto das Parcerias
Público-Privadas iremos até o encerramento da discussão.
Em votação o Requerimento de autoria da Verª
Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. N.º 219/05 – (Proc. nº 5437/05 – Ver.ª Sofia Cavedon e outros) – requer Moção de Solidariedade à categoria dos municipários por sua luta pela manutenção da política salarial e recuperação de perdas. (incluído em 14-09-05)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento nº 219/05. (Pausa.) A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
nº 219/05, como autora.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras e Srs. Vereadores, este
Requerimento, que foi causador de bastantes ânimos alterados quando da
proposição de sua votação, é um Requerimento significativo, importante para
esta Casa sinalizar aos municipários o respeito ao seu trabalho, à sua luta e à
sua organização. Eu queria fazer alguns registros nesse sentido.
Os municipários não têm um processo fácil de
conquista, como parece ser, de uma política salarial que foi diferenciada, sim,
do conjunto dos funcionários públicos deste País. Eles construíram essa
política num protagonismo inusitado, num protagonismo de categoria, que aceitou
discutir receita e despesa do Município no início dos anos 90; que aceitou
discutir com a Prefeitura fórmulas que combinavam a ampliação de receita com o
controle de gastos, com o controle de ingresso de pessoal, através do Orçamento
Participativo, através da discussão dos funcionários. E acho que isso foi um
elemento fundamental para alguns anos de equilíbrio no crescimento das finanças
da Cidade, Ver. Haroldo, num nível de investimento na Cidade bastante
significativo, com a possibilidade de recomposição salarial, que fez com que os
municipários não tivessem corrosão no seu poder de compra. Acho que esse
elemento foi um privilégio para a cidade de Porto Alegre, para os municipários
até dois anos atrás. E não foi uma construção simples.
E por que eu acho que a Moção é importante no
momento de luta? Porque os municipários, nesse mesmo período, estiveram órfãos
do seu Sindicato: o Simpa tem diretoria, mas não é mais uma diretoria legítima.
No ano passado deveriam ter acontecido eleições no Sindicato dos Municipários.
As eleições anteriores foram completamente indignas dessa categoria; a última
tinha apenas uma urna na sede do Simpa, com seguranças fiscalizando; a
participação da categoria foi pífia, porque a tradição é haver urnas nos locais
de trabalho, é um debate democrático. O Sindicato não tem, há nove anos,
conselho de representantes; portanto, não tem representação da categoria na sua
direção, no encaminhamento das suas lutas; não se vê o Sindicato dos
Municipários mobilizando a categoria, dialogando com o Governo para poder
continuar construindo política salarial em relação com o público que não seja
uma relação só de pedir, mas de construir saídas para a crise que nós
reconhecemos que a Prefeitura vive, mas também reconhecemos que vive em função
de políticas estaduais e nacionais que retiraram recursos dos Municípios,
combinadas com políticas de municipalização que comprometeram gravemente as
finanças do Município.
Nós muitas vezes lutamos contra a
municipalização, por exemplo, da Educação, que não aconteceu aqui neste Estado
devido à luta dos trabalhadores em Educação, por denunciar que não é possível
descentralizar serviços sem o correspondente em recursos.
Na Saúde, por mais que tenha sido acertada e
importante a sua municipalização, aconteceu o fenômeno que anunciávamos: a
Saúde vem tomando uma parte grande de recursos públicos municipais.
A Lei Kandir retirou recursos do Estado e dos Municípios,
e a isenção de impostos que se pratica no Estado do Rio Grande do Sul também
tem prejudicado o coeficiente que Porto Alegre recebe de transferências.
Estes são temas que batem direto na luta dos
municipários, são temas que atingem direto a conquista histórica. Nós não
conseguimos gerenciar, nos últimos dois anos, essas perdas profundas.
Fecho aqui, dizendo que esta Moção estabelece
que os municipários têm legitimidade de estar reivindicando o diálogo,
transparência, incidência sobre as políticas públicas que incidem sobre a sua
vida. E aí tem a crítica fraterna, mas uma crítica de quem é oposição: que este
Governo, sim, amplia custos; que não discutiu com os municipários a criação das
novas Secretarias; não discutiu com os municipários a ampliação do número de
CCs; não discutiu com os municipários as leis que vêm para cá, como a
manutenção, por exemplo, do banco de remanejo.
É importante, sim, que os municipários estejam
fortes, dialogando, porque é assim que os Governos acertam, é assim que a Cidade
ganha: municipários sentindo-se protagonistas, realizando um trabalho,
portanto, melhor.
E é nesse sentido a Moção. Eu tenho certeza que
um Governo que sabe dialogar, que é transparente nos números, conseguirá
resolver este momento de crise com os municipários.
Nós, no ano passado, vivemos um momento de crise
muito atípico, em plena eleição, e em muitos momentos a luta dos municipários
se confundiu com disputa político-partidária. E não é o que está acontecendo
agora: os municipários estão tentando recuperar o seu Sindicato. A sua
interlocução é nesse sentido.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 219/05.
O SR. PROFESSOR
GARCIA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, esta Moção está
assinada por todos os Vereadores da Frente Popular e por mais alguns Vereadores
do PDT, do PFL, do PSDB, do PMDB, praticamente por quase todos os Vereadores da
Casa. É interessante!
Eu vou ler o que diz a Moção: “Os Vereadores que
este subscrevem requerem, nos termos do art. 95 do Regimento Interno, Moção de
Solidariedade à categoria dos municipários por sua luta pela manutenção da
política salarial e recuperação de perdas”. A manutenção da política salarial,
pelo que eu entendo, é a bimestralidade, só que - estávamos juntos, eu, o Ver.
João Antonio Dib, mais os Vereadores Luiz Braz, Maristela Meneghetti e
Maristela Maffei, nós cinco fazemos parte da Comissão de Economia, Finanças,
Orçamento e do Mercosul -, o Sr. Secretário falou que a bimestralidade estava
descartada. Mas quando nós colocamos a “manutenção da política salarial” é essa
política salarial que se busca. Até agora a única proposta concreta do
Executivo foi de 2,42% em maio e, a partir do ano que vem, 1,59%, perfazendo 4%
e alguns quebrados. Ora, na LDO o próprio Executivo coloca pela “manutenção dos
percentuais relativos ao IPCA”. Queremos saber: o IPCA vai ser a nova política
salarial? O que na realidade se quer é que o Executivo venha dizer qual é a sua
proposta salarial. Dizem: “São aqueles 4% mais uma política de incentivo ao
incremento: se aumentarem as receitas, vamos aumentar a parte contributiva dos
funcionários”. Nós não podemos jogar dessa forma. Aliás, esse discurso nós já
percebemos numa determinada época no Governo do Estado, que queria que cada
funcionário público fosse um agente fiscalizador. É bom o funcionário público
fiscalizar, só que o funcionário público tem que primeiro cumprir a sua missão,
ou seja, lá no seu local de trabalho ser o mais eficiente possível, e não ficar
cuidando de ações tributárias. A nossa função, aqui na Casa, sim, é cuidar dos
investimentos e ver se realmente o Governo Municipal tem condições ou não de
arcar com eles.
Agora, eu volto a dizer: quando nós estamos
votando esta Moção, que luta pela - eu vou ler novamente (Lê.): “...pela
manutenção da política salarial e recuperação das perdas”, na realidade o que
nós estamos buscando são os 18,61% e a recuperação da bimestralidade. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 219/05.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, como é difícil ser sério e coerente na política; como é fácil fazer
demagogia, prometer, criticar, sem dizer como realizar! Os que assinam esta
Moção de Solidariedade pela manutenção da política salarial e recuperação das
perdas foram, exatamente, os que acabaram com essa política salarial. Eu sou
servidor público Municipal e sou um servidor que é observador. Quem desgraçou o
salário dos municipários, senão o Partido dos Trabalhadores? Sou muito bom em
aritmética. Em setembro de 1985, eu era Prefeito de Porto Alegre, e o servidor
que ganhasse um milhão e 800 mil cruzeiros - não pensem que era muito dinheiro
- poderia comprar 20 mil vales-transporte. Se eu trouxer aquele milhão e 800
mil cruzeiros para os valores de hoje, eu tenho 1.050 reais, e mal posso
comprar seis mil vales-transporte.
Como é que desapareceu esse poder aquisitivo dos
municipários? Em julho de 1991, quando o Prefeito Olívio Dutra retroagiu uma
Lei, ele tomou 30% do poder aquisitivo dos municipários. Esqueceu de fazer o
mesmo com o seu contracheque. Eu o deixei receber por três meses, reclamei, fiz
com que devolvesse o que havia recebido a mais; e ele devolveu. O Sr. Tarso
Fernando Genro, em maio de 1995, retroagiu uma Liminar. Ele tomou do bolso dos
municipários 7,8%. E esses 7,8%, quando a Liminar caiu, não foram devolvidos.
Então, vamos somando. O Sr. João Acir Verle, em maio de 2003, tendo dinheiro
para dar a bimestralidade, suspendeu a bimestralidade. Tinha dinheiro aplicado
em CDBs, e eu não sei como desapareceu o dinheiro. Realmente eu não sei, porque
até setembro de 2004 o dinheiro estava em CDBs, mas o dinheiro desapareceu. E
as coisas ficam complicadas para o Partido dos Trabalhadores. Eles fizeram toda
a desgraça do salário dos municipários, e agora querem que se mantenha a mesma
política, e mais, recupere-se o que o PT - Partido dos Trabalhadores - tomou
dos trabalhadores municipais.
O que o Prefeito propôs? Pagar 2,40%, que é o
que deu o IGP-M nos quatro primeiros meses deste ano. A partir de maio,
portanto, se recebesse cinco ou seis meses, daria, se cinco meses, 12%; se seis
meses, 14,40%, acumulados. Depois, voltaria a ser 2,40%. Em janeiro, teria mais
2,09%, porque nos outros quatro meses o IGP-M diminuiu. Agora, fizeram todas as
festas, gastaram tudo o que queriam em publicidade, eram os heróis nacionais.
Tomaram o dinheiro dos municipários, agora querem que o Prefeito, que assumiu,
consiga pagar.
Ao que se tem que dar solidariedade, tem que se
dar mesmo, que é a luta dos servidores pela reposição salarial, na forma que
venha a ser, nós devíamos estar ao lado deles.
Agora, essa proposição que teria sido votada,
sem discussão nenhuma, e teria sido aprovada no último dia no qual não quisemos
votar, na segunda-feira, porque ninguém leu direito; agora lido, não é justo,
não é honesto, não é sério, não é responsável, não é coerente dizer que nós
vamos fazer isso aí. Nós temos, sim, de estar ao lado dos municipários, para
que se faça uma excelente política salarial; mas não fazer o que se pretende
aqui e agora, porque quem estragou o salário, foi embora, não se
responsabilizou, não tinha a preocupação durante todo o ano de 2004 e durante
oito meses de 2003, não deram a bimestralidade; agora, querem retroagir e dar o
dinheiro que eles não deixaram, o dinheiro que eles levaram, não sei como. Saúde
e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 219/05.
O SR. SEBASTIÃO
MELO: Sr.
Presidente, Senhoras Vereadoras, Senhores Vereadores, a Casa discute, neste
momento, o Requerimento de autoria coletiva, mas a primeira signatária é a Verª
Sofia Cavedon, que busca, nos seus Pares, a solidariedade aos servidores
municipais. Nós queremos dizer que nós, políticos, somos transitórios; os
servidores são permanentes, a máquina pública é permanente. E eu não concebo,
Verª Manuela, a prestação de serviços de boa qualidade se você não valorizar o
quadro funcional. Aliás, lamentavelmente, os gestores brasileiros, nas diversas
instâncias federadas, Ver. Oliboni, têm usado um refrão muito errôneo ao
colocar a culpa nos servidores pelas más gestões dos condutores políticos. Essa
tem sido uma regra lamentável e para governos de todas as matizes ideológicas,
e eu poderia começar com o Governo Federal de hoje, Verª Neuza, que em vários
aspectos, mas também na área do funcionalismo, Lula elegeu-se dizendo que ia
repor aos servidores federais as perdas salariais sofridas nos governos
neoliberais. Pois ele ofereceu 1%, Ver. Nereu; 1%!
Então eu quero dizer, Verª Sofia, depois que eu
li esta Moção de Solidariedade, é evidente que vou votar pela Solidariedade,
agora, acho que esta Moção é “um tiro no pé”, porque V. Exª está defendo aqui
uma política salarial que o seu Governo não cumpriu.
Eu não vou aqui fazer demagogia, mas desde 2003,
Ver. Nereu, que não se cumpre a bimestralidade que foi criada no Governo
Collares, que começou a ser implementada no Governo Olívio Dutra, mas criada na
gestão Alceu Collares, e questionada na Justiça pelo Sr. Tarso Genro.
Acho que o Prefeito Fogaça - e aqui me dirijo
especialmente aos Vereadores do PT - tem uma proposta muito equilibrada, o
IGP-M tem tido índice negativo nos últimos tempos, porque a cesta do IGP-M
refere-se muito mais às questões internacionais; o dólar está baixo. O IPCA é
um índice que hoje está muito mais próximo da realidade do dia-a-dia. Então, o
Governo está dizendo: “Nós, a partir do ano que vem, vamos balizar pelo IPCA,
mas nós queremos arrecadar mais neste Município”, tanto é que há o Refis
Municipal, que mesmo se não entrar milhões e milhões, mas vai entrar. O
Conselho do Contribuinte vai ser modificado para que os julgamentos sejam mais
céleres, para que a máquina pública possa estar mais azeitada, máquina pública
que está muito mal em Porto Alegre. E, portanto, se arrecadar mais, há um outro
índice que diz: “Você pode ir pelo IPCA, ou você pode ir pelo aumento da
arrecadação”. Isso, cá para nós, é uma proposta equilibrada, e nós vamos
sustentá-la.
Se fosse fácil resolver essa questão, quem
esteve no Governo 16 anos, teria resolvido, e não resolveu, não foi porque não
quis, não, e aqui há uma questão especialíssima que são os servidores da Saúde.
Em 1997 houve a municipalização, Verª Sofia, e todos os quadros federias e
estaduais passaram a prestar serviço ao Município com salários diferenciados.
Diz o SUS que tem de ter plano de carreira, mas isso não é bem assim, é
difícil.
Então essa é uma questão dentro de toda essa
matéria complexa dos servidores da Saúde - quadro extraordinário e fantástico;
médicos sentam na mesma sala, mesas lado a lado, e ganham salários diferentes!
Mas há uma outra coisa, que eu acho importante:
é que este País conquistou a Lei de Responsabilidade Fiscal, e não só nesse
aspecto, mas também nesse aspecto. Trago o exemplo de que hoje o Rio Grande do
Sul gasta 72% com o pagamento dos funcionários e, pior, Sr. Presidente, destes
72%, 52% são gastos com inativos, portanto com os que estão lá na ponta, não
produzindo serviços para a população. Pode isso, Presidente? Não pode!
Esta Casa mesmo, Sr. Presidente, sabe - e vou
encerrar - que V. Exª tem sido hercúleo em manter a bimestralidade, mas V. Exª
sabe que está difícil, muito difícil! Então nós queremos dizer que
solidariedade, sim; vamos ter a capacidade, de maneira coletiva, plural e
respeitosa, de construir uma política salarial pelo chão, que valorize o
servidor não só no salário, mas que o valorize pela sua qualificação
profissional. Então o nosso voto pela solidariedade, sim, Verª Sofia Cavedon.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para encaminhar a
votação do Requerimento nº 219/05.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na semana passada nós
tivemos um momento de grande discussão nesta Câmara, porque eu, ao menos,
acredito ser muito positivo quando o povo vem à Casa do Povo.
Essas manifestações do movimento social
organizado é que fazem também desta Casa uma Casa que representa a população de
Porto Alegre, porque é nesses momentos em que escutamos essa população mais
profundamente, como foi nessa quinta-feira durante as manifestações dos
municipários, quando vieram a esta Câmara, e pudemos conhecer verdadeiramente a
nossa Cidade.
Quando esses trabalhadores chegaram aqui, alguns
perguntavam qual o vínculo que tinham alguns dos partidos políticos da Frente
Popular, porque, afinal de contas, nesse momento estavam fazendo uma oposição
ao Prefeito Fogaça. Nós todos sabemos que esses trabalhadores lutam há vinte e
tantos meses pela reposição das suas perdas salariais. Nós todos sabemos que em
momentos difíceis da campanha eleitoral passada, esses mesmos trabalhadores não
se calaram e estiveram nas ruas, lutando por aquilo que eles, e que nós,
consideramos como seu direito.
Agora, se é verdade, Ver. Sebastião Melo, que a
Administração da Frente Popular, no último período, não manteve a
bimestralidade, também é verdade que esses servidores, para os quais nós - V.
Exª e a Bancada do PCdoB - seremos solidários na luta, esses trabalhadores antes
não reclamavam de perseguição quando faziam suas manifestações, como estão
fazendo agora. Ser solidário na luta é ser solidário pela causa da luta, e
também afirmar que esses trabalhadores estão no seu direito. Esses
trabalhadores, Ver. João Dib, que são, sim, a maior representação no sentido de
construção da cidade de Porto Alegre, porque são permanentes e não são eleitos,
têm, sim, o direito de lutar, de construir, de estar nas ruas, na Câmara, nas
suas assembléias, nos espaços dos seus prédios, lutando pela conquista dos seus
direitos. Também é verdade que este debate traz outras discussões, como, por
exemplo, a do projeto que prevê que os funcionários cedidos do Governo Federal
e Estadual possam receber funções gratificadas ao trabalharem na Prefeitura de
Porto Alegre - isso não mexe também nas finanças do Município? Não sai também
esse recurso da mesma fatia do bolo que vai para pagar o funcionalismo, Ver.
João Dib? Sai. Essas funções gratificadas a esses servidores estão na tão
temida fatia do bolo da Lei de Responsabilidade Fiscal. Estão sim. Assim como
também é verdade que ao sermos solidários aos trabalhadores da Educação do
nosso Município, na sua luta pela reposição, pelo reconhecimento das perdas
salariais de 18,68% que tiveram, e da sua luta pela bimestralidade, nós também
estamos reconhecendo o fórum das entidades dos municipários, como o fórum que
faz o debate, agrega esses trabalhadores e que apresenta as verdadeiras
propostas dessa categoria de trabalhadores.
Todos nós sabemos, mesmo quando tentamos fechar
os nossos olhos, que o Simpa não representa esses trabalhadores; que há muito
já não tem nem sequer práticas democráticas nas suas eleições.
Portanto, aprovar esta Moção é questionar uma
série de práticas que existem na Prefeitura de Porto Alegre - novas práticas,
não são as antigas, como perseguir os trabalhadores, como não reconhecer, por
vezes, o fórum das entidades como um fórum legítimo, como tentar gastar mais
dinheiro desta Cidade para funções gratificadas, e também reconhecer que essa luta
é de todos aqueles que acreditam no serviço público, de todos aqueles que não
defendem e não defenderam as privatizações, as terceirizações, mas que defendem
a cidade de Porto Alegre.
É apenas isso que esta Moção traz em si: reconhecer a luta e
saber que a valorização desses trabalhadores é a valorização da nossa Cidade, é
a construção de uma Cidade permanente, com qualidade permanente, e mais, com
trabalhadores que se sintam no dever de fazer desta Cidade cada vez melhor, de
fato. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento nº 219/05.
O SR. CARLOS
TODESCHINI:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente,
e assistência do Canal 16, o assunto aqui é importante e convém que façamos
alguns registros.
Em primeiro lugar, é importante repetir aquilo
que a Verª Manuela dizia aqui antes, sobre a qualificação e a capacidade dos
servidores municipais de Porto Alegre.
Sou testemunha, porque participei da
administração no DEP, no DMAE, no Palácio como Assessor-Engenheiro do Prefeito,
e, realmente, a Prefeitura de Porto Alegre detém um quadro de servidores e
funcionários invejável, de altíssima qualidade, de invejável capacidade, e que
fazem e constroem a nossa Cidade.
E, com o passar desses anos, muitas conquistas
importantíssimas, fundamentais foram adquiridas pelos servidores municipais de
nossa Cidade. Mérito da luta, mérito do esforço e mérito daquilo que se avançou
democraticamente em comum. Por isso não posso aceitar, pacificamente, aqui, as
palavras do nobre Ver. João Dib, que inclusive é funcionário, porque não houve
um único caso no Brasil em que os funcionários do Município, da Municipalidade
avançaram tanto como na cidade de Porto Alegre. Vejam só, num quadro
comparativo, entre julho de 94 e maio de 2004, com a inflação no período de
236,17%, os nossos servidores obtiveram uma aumento real de 296,4%, ou seja, um
índice de 18%, na prática, de aumento real de salários percebidos
bimestralmente. Isso fez com que a categoria mantivesse o seu lugar, o seu
espaço na conquista, sim, de direitos muito importantes.
E temos a lamentar que a categoria não manteve
isso por mais tempo em face ao que aconteceu no Sindicato - e, lamentavelmente,
não se precisa dizer o que o Sindicato é, todo mundo sabe -, porque foi uma
entidade que não representou, que deixou de ser o porta-voz da categoria, que
deixou de lutar. Isso fez com que a desorganização da categoria tivesse um
pequeno refluxo, de um lado, dadas as dificuldades do Governo, mas de outro
lado a incapacidade de luta devido a falta de representação do Sindicato. Hoje,
inclusive, quem representa, quem fala, quem luta pela categoria é o Fórum das
Entidades, que reúne o conjunto de mais de 20 entidades representando
segmentos, pela ausência e desmoralização total do Sindicato. Isso é muito ruim
para a democracia, e é muito ruim, é péssimo para os servidores, Verª
Maristela, nossa Líder, porque faltou alguém com qualidade para dialogar com o
Governo, porque, talvez, se pudesse, democraticamente, encontrar novas e
diferentes alternativas, mas isso, infelizmente, não ocorreu.
Mas o fato importante, o fato de destaque é que
o próprio Governo Fogaça reconhece que entre 2002 e 2004 o reajuste dado pela
bimestralidade acumulou ganhos de mais de 33%. Isso é altamente positivo,
porque isso também dinamiza a economia da Cidade, porque redistribui renda,
valoriza os servidores, valoriza os trabalhadores. Isso são virtudes e
conquistas, mesmo tendo dificuldades.
A partir da Lei de Responsabilidade Fiscal, o
nosso Governo suspendeu temporariamente a bimestralidade, dando todas as
condições para que quando essas condições se apresentarem, a prática da
bimestralidade, conforme anunciado pelo nosso atual Prefeito José Fogaça, seria
concedida. É isso que espera, aguarda, é essa a esperança daqueles muitos
servidores, inclusive que votaram na coligação vencedora, no segundo turno,
liderada pelo Prefeito José Fogaça.
Portanto, nós que estivemos à frente desse
processo durante 16 anos, por 13 anos e cinco meses nós atendemos a
integralidade, inclusive migrando uma época para o IGP-M, que depois se
demonstrou altamente vantajoso. E se o Ver. Dib tivesse razão naquilo que ele
diz, de que foram retirados 27%, eu não entendo porque ele, o seu Partido e
porque o Sindicato não entraram na Justiça e buscaram isso. Sabem por quê?
Porque simplesmente não tinha isso. A migração para o IGP-M foi a grande
vitória, foi o grande acúmulo que faz com que hoje, apenas hoje, as perdas
reais comecem a acontecer dados os ganhos reais, Verª Margarete, que eles
acumularam.
Se a gente calcular o índice de 17%, calculando
por outra data, chega-se a 24%. E as perdas hoje são acumuladas em 18%. E está
na hora, sim, de o Governo se sensibilizar e voltar a recompor os salários,
porque o mais importante é ver essa comunidade de servidores, trabalhando com
todo o entusiasmo para o bem da nossa Cidade. Muito obrigado e um grande
abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 219/05
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, nós conversávamos, Vereadores da base de apoio do
Governo Municipal, inclusive o Ver. Ibsen Pinheiro, que dizia o seguinte: “Não
custa nada ser solidário.” A solidariedade ao quadro de funcionários do
Município se dá até por uma questão afetiva, porque o salário, o dinheiro, tem
uma característica notoriamente afetiva de ganho. Notoriamente psicológica,
positiva. A valorização do funcionário também se dá, não por divinização da
moeda, nem por qualquer outra coisa, mas se dá, também, pela recompensa com a
correção através de uma bimestralidade. Às vezes, como no momento atual, nós
tivemos uma deflação e a bimestralidade pode até nem ocorrer e nem dar aumento.
Mas, com o tempo, com o acúmulo dessa quantidade de meses em que não foi paga a
bimestralidade, por vários fatores, tem que se reconhecer que no início do
Governo Fogaça, a questão da quantidade, do tamanho, das dimensões do déficit
acumulado, principalmente recebido por esta Administração, e esse déficit não
se refaz em um mês. Esse déficit é corrigido por medidas de choque e, no
mínimo, quase dois mil cargos CCs não deixaram de ser preenchidos pelo rigor
econômico com que o Governo assumiu e está enfrentando esse déficit. Mas,
paradoxalmente, neste escoamento rápido que o tempo faz do ano de 2005 -
estamos a três meses e dez dias do final do ano -, a Lei de Responsabilidade
Civil também entra em jogo nas questões de pagamento.
Houve uma tentativa na redação da Moção de “dar
uma bolinha nas costas” da situação, dizendo que se solidarizava com o
funcionalismo público. Não tenha dúvida de que nós temos toda a solidariedade,
independente da forma ou não do pagamento da bimestralidade, nós temos não só
toda a solidariedade, como aprovamos a Moção sem nenhum problema, como se
aprovar a Moção fosse ficar contra o Governo Municipal, não.
No início da minha oração eu disse que há uma
conotação afetiva muito grande e nós estamos de pleno acordo com os
funcionários, com os municipários. Eles não só merecem, mas como estímulo, como
um empurrão para frente, acho que o municipário deveria receber. Só que o
Governo não pode chegar e cometer a loucura de ultrapassar óbices, que a Lei
mesma propõe, a Lei de Responsabilidade Fiscal, e depois então ter que pagar de
uma forma grave por isso e sem condições de reposição, especialmente porque
houve um déficit de quase 200 milhões, na chegada, no primeiro dia à Prefeitura,
com um prejuízo brutal, inclusive de informações, quando todos os computadores
foram deletados. E quando a máquina administrativa da Prefeitura foi repassada,
não só sem informações, mas sem condições mínimas de pagamento, e com as
urgências todas da Prefeitura requerendo um trabalho hercúleo, sobre-humano,
para poder, além de fazer os pagamentos devidos, não perder o direito e as
concessões feitas nos financiamentos e nas obras investidas. É exatamente isso
que hoje é cobrado da situação, Sr. Presidente, e esta Moção “virou o feitiço
contra o feiticeiro”. Evidentemente que nós vamos aprová-la sem nenhum
problema.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais oradores inscritos. Em votação
nominal, solicitada pela Verª Sofia Cavedon, o Requerimento nº 219/05. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO, por 30 votos SIM.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
5594/05 – PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 005/05, de autoria da Comissão de Constituição e
Justiça, que autoriza o
Vice-Prefeito Municipal a ausentar-se do País, de 22 a 28 de setembro de 2005,
para viajar aos Estados Unidos.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela
inexistência de óbice de natureza jurídica do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 19/09/05.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PDL nº 005/05. (Pausa.) Não há
quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com a abstenção do Ver. Haroldo de
Souza.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente, uma solicitação de PI à
FASC: num processo entre o Círculo Operário e a FASC está havendo uma rescisão,
e nós fizemos uma solicitação do contrato que está aqui de quanto foi pago e
das atividades realizadas, e, pelas informações que obtivemos, não houve
nenhuma atividade; portanto, consideramos que há um leso-público, e, nesse
sentido, já quero requerer ao Presidente da CEFOR uma reunião com o Ministério
Público, com a FASC e com o Círculo Operário, com o qual foi feito este
convênio. A priori, consideramos que
há um problema aqui, que queremos seja esclarecido pelo Governo Municipal de
Porto Alegre. Muito obrigada.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N. 1591/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 076/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
cria os chimarródromos nas áreas verdes, parques, praças, orla e demais espaços
públicos de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto.
-
da CEFOR. Relatora Ver.ª Maristela Meneghetti: pela
aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 15-09-05.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 076/05. (Pausa.) O Ver.
Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir.
O SR. ALDACIR
OLIBONI:
Nobre Vereador Elói Guimarães, Presidente da Casa, colegas Vereadores e colegas
Vereadoras, eu queria, inicialmente, agradecer a sensibilidade dos colegas da
Casa em dar uma demonstração clara não só da preservação dos nossos usos e
costumes, mas também de promover a cultura através da criação de chimarródromos
em Porto Alegre. O Projeto de Lei ora apresentado por este Vereador cria
chimarródromos nas áreas verdes, parques e praças e na orla, especificamente
aqui na orla do Guaíba, na Usina do Gasômetro.
Nós percebemos que, em todas as atividades
feitas geralmente em fins de semana, que reúnem um grande público, existe a
tradição, o uso e o costume - e o gaúcho tem, sim, o costume de tomar o
chimarrão, e ele, ao sair de casa, leva a garrafa térmica com a água, como
também leva a cuia e a erva, mas, após um determinado tempo, termina a água. E
qual é a idéia do chimarródromo? É possibilitar que em praças, na orla do
Guaíba, especificamente aqui no Parque da Redenção, possa haver a possibilidade
de as ervateiras fazerem uma parceria com o Poder Público para venderem a
erva-mate e disponibilizando a água quente.
(O Ver. Ervino Besson passa uma cuia de
chimarrão para o orador.)
O SR. ALDACIR
OLIBONI:
Muito obrigado, Ver. Besson. Eu queria lembrar que o nosso Ver. Adeli Sell,
quando Secretário da SMIC, fez uma experiência no Parque da Redenção, e, apenas
num domingo, a ervateira disponibilizou 1.200 litros de água. Isso mostra claramente
que as pessoas têm o costume de tomar o chimarrão, mas também não têm a
possibilidade de comprar a água, e nós podemos possibilitar isso, criando
espaços para que, além da preservação da cultura, nobre Verª Maristela Maffei,
possamos concretizar, de fato, esses espaços que a população costuma
freqüentar.
A Srª Maristela
Maffei: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) De plano, companheiro, Ver.
Aldacir Oliboni, quero cumprimentá-lo por essa cultura que vem sendo cada vez
mais divulgada; acho que ela também socializa e, além de tudo, o chimarrão é
medicinal. E V. Exª, que é um companheiro que trabalha na área da Saúde, de uma
forma comunitária, vem ajudar a população gaúcha, pois sabemos, até pela
experiência, que na cultura milenar oriental a água é utilizada sempre muito
quente para ajudar nos problemas cardiovasculares. Obrigada e, mais uma vez,
meus parabéns.
O SR. ALDACIR
OLIBONI:
É verdade. Nós temos aí uma infinidade de cidadãos e cidadãs que já
demonstraram claramente, por pesquisas que, de fato, a erva-mate é utilizada em
tratamento de saúde. E por isso não é só a idéia, então, de preservar os nossos
costumes, mas, especialmente, de constituirmos um espaço definitivo, juntamente
com empresas privadas que querem fazer parceria com o Poder Público, e
instituirmos nas praças e parques os verdadeiros chimarródromos, como há em São
Gabriel e em inúmeros municípios do Interior, com iniciativas, inclusive, de
vários Partidos, de vários prefeitos. Eu tenho certeza de que, neste momento, pela
sensibilidade dos senhores e das senhoras, nós podemos presentear os cidadãos e
as cidadãs de Porto Alegre, para que, num curto prazo de tempo, possamos
construir esses espaços consagrados de preservação da cultura gaúcha, que é o
nosso chimarrão. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para discutir o PLL nº 076/05.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, depois do que vimos e do que ainda estamos vendo
aqui no acampamento Farroupilha, todos os Projetos que vêm a se somar à nossa
cultura, Verª Margarete Moraes, à cultura tradicionalista do gaúcho que, a cada
ano, vem aumentando e, desta feita, apesar da chuva, se mostrou com tamanha
intensidade, que mexeu com toda a população aqui do Sul e do Brasil inteiro,
porque esse desfile aconteceu em todo o Brasil e, também, em CTGs do Exterior.
No interior do Estado, em Alegrete, Uruguaiana, Santana do Livramento, houve
desfiles fantásticos. Em Viamão também, conforme me cobrou a Verª Maristela
Maffei. Então, todo o Projeto que venha a se somar à nossa cultura, às nossas
tradições, aos nossos usos e costumes, como é o Projeto do Ver. Oliboni, não
nos resta outra opção a não ser apoiar, votar e defender.
Nós, aqui do Sul, temos o orgulho de poder
dizer, com muita tranqüilidade que, no mundo inteiro, nós temos representantes.
O Sr. Ervino
Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, sem dúvida
alguma, V. Exª está colocando de uma forma muito clara o que representa, na
nossa cultura, o chimarrão.
E eu vou mais longe, Ver. Bernardino: a gente
sabe que, no Interior, o costume do chimarrão pelo menos duas ou três vezes ao
dia é sagrado. As pessoas que moram no Interior têm o costume de comer muita
carne vermelha - muitas vezes, três vezes ao dia -, e foi feita uma pesquisa de
que o chimarrão tem valor medicinal...
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente, nós estamos encaminhando o Projeto de Lei, e não pode haver aparte.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não, eu insisto em dizer que nós estamos
discutindo a matéria.
O Sr. Ervino
Besson: Ver.
Adeli, eu já havia perguntado ao Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A matéria está sendo discutida.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Para mim, a matéria está sendo discutida.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Quando eu disse que o Projeto estava em
discussão, o primeiro Vereador a se inscrever para discuti-lo foi o Ver.
Aldacir Oliboni. Portanto, a matéria está em discussão.
O Sr. Ervino
Besson: Se
há algum problema, esse problema será solucionado pelo nosso Presidente. Então,
eu quero parabenizar o Ver. Oliboni por essa brilhante iniciativa, pois o
chimarrão é uma tradição gaúcha. Sem dúvida nenhuma, o Projeto vai receber voto
favorável pela unanimidade desta Casa. Ver. Bernardino, obrigado pelo aparte.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito obrigado. Nós queremos dizer que nós
votaremos favoravelmente a esse Projeto do Ver. Oliboni, pois ele merece.
Inclusive, o Ver. João Antonio Dib não irá se abster; ele também vai votar
favoravelmente. Nossos cumprimentos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
discutir o PLL nº 076/05.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Eu
venho à tribuna para contar a vocês, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, sobre
esse gosto de chão, este gosto de raiz, este gosto do mate amargo, o
amargo-doce que eu sorvo, e o meu sentimento de revolta e de indignação contra
uma propaganda de um refrigerante que coloca uma latinha de refrigerante dentro
da cuia. É uma ousadia, uma falta de respeito com a nossa tradição e, em nome
dessa falta de respeito, eu não vou nem citar o nome do refrigerante, porque é
muito cartaz para eles.
Quero
dizer que uma das maiores descobertas que nós tivemos, quando freqüentamos o
curso de Sociologia na Pontifícia Universidade Católica, é que o jovem gaúcho
deixou de ter no refrigerante a sua bebida preferida. Durante todos os cinco
anos em que eu freqüentei a Pontifícia Universidade Católica, não faltou, em
nenhuma aula, a presença da cuia, do mate e do chimarrão, competindo e
retirando a hegemonia dos refrigerantes enfiados goela abaixo dos brasileiros.
Preferia o jovem, maciçamente, uma bebida saudável, terapêutica e, mais do que
isso, um símbolo dessas coisas que às vezes têm gosto de chão, que às vezes nos
emocionam por serem das nossas raízes.
Esse mau gosto de uma propaganda de refrigerante
fará com que essa própria propaganda seja, como diria Geraldo Vandré, “a volta
do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar”, porque é inconcebível que um
símbolo fantástico, como o nosso chimarrão, seja usado numa propaganda de tão
mau gosto, Ver. Oliboni, a quem eu cumprimento pelo magnífico Projeto,
principalmente, porque a nossa juventude vai acorrer em massa ao chimarródromo
e festejará, e se integrará, e criará novas amizades em volta, às vezes, de um
fogo de chão, de um fogão a lenha, contando causos com aquela água quente. E
isso é que é vida, isso é que é relação, isso é que é importante, isso é
patrocinado pelo seu Projeto, não tenha dúvida, mas por esse símbolo fantástico
da regionalidade que nos orgulha tanto.
Nós tivemos, ontem, na cidade de Porto Alegre,
mais de cem mil pessoas num desfile. E eu disse numa rádio de Porto Alegre:
“Perdão pela ousadia, mas, para nós, é mais importante o 20 de Setembro do que
o 7 de Setembro”.
Sem deixarmos de amar a nossa adorada terra Brasil, nós
achamos que essa Parada de ontem mostrou toda a pujança de uma história e de um
sentimento que o autor fantástico, o gaúcho, fez, inclusive nos versos de João
Carlos Ribeiro Hudson: “Há um profundo misticismo no gauderiar dos andejos”. O
misticismo de pessoa em pessoa, o sonho de pessoa em pessoa, o gauderiar
errante do gaúcho andarilho, de cidade em cidade, de estância em estância, de
querência em querência. E há, por fim, essa mania de ser andejo, de não parar,
de ser o deus Mercúrio, que de um lado para outro leva esse sentimento do Rio
Grande do Sul, marcado o verde dessa erva que, para nós, representa muito mais
do que uma bebida, representa muito mais do que um hábito, representa e
simboliza o nosso Rio Grande, a nossa produção e principalmente a capacidade do
gaúcho de se relacionar.
E nessa relação, na lonjura do pampa, na solidão
do pampa, gregário e sentindo a necessidade de se aproximar das pessoas, ele
busca, à noite, no galpão, com a água quente, com a erva montada, tomar o seu
mate e contar os causos do dia, os causos de morte, os causos de dor, os causos
de alegria e de felicidade, sentimento, e às vezes de ironia, às vezes de
crítica, mas principalmente esse sentimento que irmana gaúchos e faz com que
nós tenhamos não só na data Farroupilha a inversão da importância, mas
principalmente a valorização dessa epopéia fantástica, dessa saga de um nome
espetacular: Rio Grande do Sul.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir o PLL nº 076/05.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Excelentíssimo
Ver. Elói Guimarães, prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras,
público que nos assiste, vim à tribuna, sim, Ver. João Dib, para contribuir com
o diálogo e o debate sobre o Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, que propõe os
chimarródromos. Para quem vê, num primeiro momento, parece que essa é uma
medida fácil e até mesmo, como já ouvi de alguns, demagógica. Mas eu me
aproprio aqui de alguns dados científicos da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul para contribuir com esse debate, Ver. Ervino.
O nosso chimarrão, símbolo da cultura gaúcha, é
originário da ilex
paraguariensis, ou seja, da erva-mate, que
foi cultivada historicamente pelos nossos indígenas, principalmente os
guaranis, que recebemos de herança da sua cultura e assimilamos na associação
com a cultura do gaúcho que usa a bombacha, que vem dos mouros quando estiveram
na Península Ibérica.
O
Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, no mês de outubro vamos inaugurar a
Rua Vacaria. Já combinei com o meu amigo Oliboni que vamos levar um mate para
os vacarienses que estiverem lá. V. Exª está convocado, está mostrando aí na
tribuna essa belíssima cuia e bomba, está dando uma aula sobre ilex paraguariensis, é convocado
por nós dois para estar lá no dia da inauguração, levando água no ponto certo.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: E,
inclusive, o ponto certo da água para se tomar chimarrão é à temperatura máxima
de 82,5 graus centígrados, porque, a partir daí, ela passa a ser prejudicial
pelo excesso de temperatura.
O Sr. João
Antonio Dib: Nós vamos homenagear a Porteira do Rio Grande com o
chimarrão oferecido pelo Comassetto e pelo Oliboni; também há a Vereadora
Oliboni, lá na minha terra, Vacaria.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Muito
obrigado, Ver. João Dib. Mas eu queria lhe dizer que essa pesquisa feita pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul demonstra que, entre os pesquisados,
51,25% dizem que tomam mate ou chimarrão todos os dias; desses, nós temos um
total de 8% tomando mate nos parques; desse total de 8%, 14,7% são jovens.
Então, aqui estamos associando, por meio do símbolo que é afirmação da nossa
cultura, também a ocupação dos espaços abertos de nossa Cidade, que é outra
característica em potencial que Porto Alegre tem, ou seja, suas praças, seus
parques, onde a juventude busca, através do diálogo, com chimarrão, algo
importantíssimo... E também há outro fato importante que essa pesquisa, Ver.
Sebenelo, da Universidade Federal aponta: 45% das pessoas aprenderam a tomar o
mate ou chimarrão com o ensinamento do pai e da mãe. Então a afirmação de
sociabilidade que se dá em torno da cuia resgata essa cultura indígena
assimilada pelos gaúchos, que somos todos nós. E, agora, o Ver. Aldacir Oliboni
nos propõe torná-la ainda mais popular e abrangente com os espaços nas praças e
nos parques, para que possamos encontrar lá um potencial para cultuar e
cultivar um dos símbolos da nossa tradição gaúcha. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para
discutir o PLL nº 076/05.
A SRA.
MARGARETE MORAES: Excelentíssimo Sr. Elói Guimarães, querido Presidente desta
Câmara Municipal, Vereadoras e Vereadores, eu também gostaria de me manifestar
sobre este Projeto do Ver. Aldacir Oliboni principalmente para dizer que muitas
pessoas, infelizmente, não consideram importante, não consideram fundamental
esses símbolos da nossa cultura.
Precisamente um dia após o 20 de setembro, a
maior data do Rio Grande do Sul, nós temos a oportunidade de votar este Projeto
do Ver. Oliboni.
Durante a Semana Farroupilha se valoriza, se
elogia muito o gaúcho; agora, o gaúcho se expressa das mais diversas maneiras.
Os 15 dias, ou um mês, no acampamento Farroupilha, são apenas um evento, um
episódio, mas o que o Movimento Tradicionalista Gaúcho pretende é o cultivo
dessa cultura; dizer isso pode parecer redundante, mas o que se pretende é o
cultivo desses costumes, desses hábitos.
Eu gostaria de me referir, também, a uma bela figura da
América Latina, o Che Guevara, que levou o chimarrão para toda a América
Latina, pelo lado oeste, até o México e depois até Cuba.
Nós tínhamos um grande amigo que, infelizmente,
não está mais conosco, o Sérgio Luiz Matte, que dizia que o chimarrão era “o
cachimbo da paz gaudério”, porque a hora do chimarrão é um momento de encontro
em que as pessoas ficam em roda, ninguém é maior do que o outro, e vão passando
a cuia de chimarrão de mão em mão.
Eu queria fazer essa referência, dizer que é
muito importante esse Projeto, porque outras pessoas também acham que a cultura
e esses símbolos devem ficar por conta apenas da iniciativa privada. Mas não, o
Poder Público tem obrigações, sim, tem deveres em relação a todas essas marcas,
a essa tradução, a essa expressão que o Ver. Sebenelo colocou com muita
precisão, com muito talento. Então, isso é algo muito importante para nós, e
nós temos responsabilidade, sim, como Vereadores e Vereadoras, com esta Cidade.
Por fim, eu queria fazer um comentário em
relação à Band News, que é uma jovem estação de rádio FM da qual gosto muito, e
a ouço muito em casa, principalmente dois jornalistas: Diego Casagrande e
Felipe Vieira, dois talentosos jornalistas, muito inteligentes. No entanto, eu
acho que eles ironizam demais os Projetos aqui da Câmara e não levam a sério,
principalmente essas questões de arte e de cultura, como foi o caso de um
comentário muito maldoso que fizeram em relação ao Projeto da companheira
Maristela Maffei, que quer instituir a Semana da Lomba do Pinheiro. Talvez
porque a Lomba do Pinheiro fique na periferia, não mereça, por parte deles, o
respeito que tem a Verª Maristela, como uma pessoa que tem um grande orgulho
por pertencer àquela magnífica comunidade que é empobrecida e que merece todos
os eventos, tudo aquilo que for feito para realçar a sua auto-estima, o seu
orgulho do sentimento de pertença.
Eu queria deixar este recado, não vou ocupar
todo o tempo e vou cumprimentar mais uma vez o Ver. Aldacir Oliboni. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A erva-mate é um produto que tem 18 aminoácidos,
todos os aminoácidos essenciais estão contidos na composição química desse
vegetal, dessa espécie, ilex
paraguariensis, um produto singular da nossa América Latina, Ver.
Comassetto, aqui do Sul, do Paraguai - o nome traz a origem classificada por
Saint-Hilaire e outros que aqui estiveram. Isso fez parte do conhecimento do
nosso continente, faz parte do desvendar a América, um desvendar que se tornou
um hábito, uma cultura que foi passada de gerações a gerações, reforçando,
agregando e cultivando.
E, quando nós reunimos em Porto Alegre cem mil
pessoas para comemorar os feitos Farroupilhas,
os feitos gaúchos, ou o mate, que não se distancia dos feitos gauchos, que somos todos nós aqui do
Uruguai, da Argentina, do Paraguai, aqui do Cone Sul, Verª Margarete, e isso é
um laço cultural extraordinário, fortíssimo, que nutre dos bons hábitos que nós
temos, algo que só faz o bem, algo que só traz acúmulos à socialização, e o
repassar e o reproduzir a boa idéia, a boa cultura. Mas, mais que isso, hoje a
erva-mate tornou-se também um grande negócio. Quantos empregos são gerados a
partir do cultivo, do desenvolvimento da agroindústria? Há cidades, por
exemplo, Verª Margarete, como Palmeiras das Missões, que sobrevive,
praticamente, da indústria ervateira, e a erva de Palmeiras é a de melhor
qualidade. E muitas outras cidades se expandem, as das Missões, por exemplo, em
todas as localidades existem agroindústrias, a agricultura. Hoje há também a
erva-mate cultivada, há a erva-mate nativa, que produz o melhor do chimarrão, o
melhor da qualidade desse produto que enobrece a nós, os gaúchos, nos distingue,
nos marca, Ver. João Dib, profundamente. E quando a gente vai a outros países
também tem a oportunidade e a satisfação de encontrar identidade nas pessoas
reunidas em torno da roda de chimarrão. É o CTG, são as tradições, a nossa
culinária, mas algo inconfundível e presente sempre é o mate servido na
tradição, no jeito e na forma que alimenta toda essa nossa cultura, toda essa
nossa conquista importante de nós todos, sul-americanos.
Então, eu quero, mais uma vez, cumprimentar o
meu camarada e companheiro amigo - camarada, sim, camarada de chimarrão
inclusive -, Ver. Aldacir Oliboni, porque isso é uma coisa que só faz bem. E de
parabéns, de cumprimentos está a nossa querida cidade de Porto Alegre, porque
passa a ganhar mais um instituto que passará a ser votado e aprovado por todos
os Pares aqui desta Casa. Um grande abraço a todos e muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra
para discutir o PLL nº 076/05.
O SR. JOSÉ
ISMAEL HEINEN: Excelentíssimo Sr. Presidente desta Casa, Srs. Vereadores e
Sras Vereadoras, não poderia deixar, nobre colega Oliboni, de falar
sobre este Projeto, tendo em vista que tramita na Casa um Projeto de minha
autoria, a Cidade Gaúcha, e está inserida essa roda do chimarrão no parque
temático. Se Deus quiser, a nossa Capital também um dia terá o seu parque
temático, a sua Cidade Gaúcha, com as suas tradições já definidas. Eu quero
parabenizar o nobre colega por apresentar este Projeto, e pode contar com o
nosso apoio.
Aproveitando a condescendência do Presidente, eu
quero apenas dar a notícia de que, nesse final de semana, na Taça Farroupilha
de Bocha Interestadual, o Estado do Rio Grande do Sul foi vice-campeão. O
campeão foi o Círculo Militar de São Paulo. Obrigado pela oportunidade.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para
discutir o PLL nº 076/05.
O SR. ERVINO
BESSON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores
que nos acompanham nas galerias e no Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar
todos. Parabéns, Ver. Oliboni, por essa brilhante idéia.
No dia de ontem, num dos melhores desfiles dos
últimos anos aqui na nossa Porto Alegre, com a presença de mais de cem mil
pessoas, como foi dito aqui pelo Ver. Sebenelo, o chimarrão sempre esteve
presente. Sem dúvida nenhuma, estivemos lá, desfilamos, com a cultura do nosso
povo e o chimarrão. Eram crianças, eram pessoas de mais idade, eram pessoas mais
jovens, enfim, foi uma grande festa. Eu quero aqui parabenizar o nosso Governo
do Estado, juntamente com a Prefeitura Municipal, pela organização, pelo
brilhante desfile do dia de ontem! Estava lá o nosso Presidente, junto com o
Governador, junto com o Prefeito, na tribuna acompanhando o desfile.
O chimarrão, além de ser medicinal - eu que sou
oriundo do Interior -, meu caro Todeschini - V. Exª também sendo do Interior
sabe - na roda de amigos o que nos reunia era o chimarrão, e para as mulheres,
o mate-doce. Sem dúvida nenhuma, o nosso chimarrão é medicinal. E digo mais a
V. Exas, muitas vezes, a minha querida e falecida mãe, e minha avó, meu caro
Bernardino, no lugar do café faziam chá de erva-mate e misturavam no leite,
isso era o nosso café com leite.
Portanto, este é um brilhante Projeto, acho que
a Casa hoje está de parabéns, pois estamos homenageando a nossa cultura gaúcha.
O Sr. Carlos
Comassetto:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não poderia também deixar
de lembrar, Ver. João Dib que me pede aqui rapidez, que ontem entrou para o Guinness a maior mateada da América que
aconteceu no Pôr-do-Sol.
O SR. ERVINO
BESSON: E
o Brasil, nosso País, está sendo reconhecido por outros países do mundo, por
causa do nosso gaúcho do Aeroporto, Luis Teixeira, por causa do nosso
chimarrão. Sou grato a V. Exª.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerada a discussão. Em votação o PLL nº
076/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N. 4356/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 010/05, que dispõe sobre o Programa Municipal de
Parcerias Público-Privadas. Com Emendas nos. 01 a 07.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e
às Emendas nos. 01 a 07.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
27, da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 19-09-05.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 010/05. (Pausa.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, esteve aqui, na semana que
passou, o Professor Edvaldo Brito, com titulação das mais impressionantes, PHD
em direito tributário, ex-Prefeito de Salvador, e disse que a Parceria
Público-Privada só poderia ser feita quando os Municípios tivessem receitas
correntes da ordem de 2 bilhões de reais, e só dois Municípios, no Brasil, têm
esse valor. E como esse assunto me preocupou, eu pedi que fosse encaminhado um e-mail ao Professor Brito, para que ele
explicasse melhor, porque o nosso Procurador, Dr. Velasques, fala que é de
considerar que a Lei número tal, art. 6º, não sei se é esse o assunto.
Portanto, como nós teríamos que prorrogar a Sessão, solicito o adiamento da
discussão, por uma Sessão, do PLE nº 010/05.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós temos
tempo ainda, Ver. João Antonio Dib. Evidentemente, se V. Exª solicitar um
Requerimento de adiamento, eu o submeterei, mas está em discussão até que venha
o documento.
Em discussão o PLE nº 010/05. (Pausa.)
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Requerimento): Encaminho o Requerimento de adiamento por uma
Sessão.
O SR. PROFESSOR
GARCIA (Questão de Ordem): V. Exª poderia explicar o teor do Requerimento
para entendimento dos demais Vereadores?
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Requerimento do Ver. João Antonio Dib é para
que se adie a discussão do PLE nº 010/05, por uma Sessão. Em mãos aqui o
Requerimento do Ver. João Antonio Dib.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
João Antonio Dib. (Pausa.)
O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para
uma Questão de Ordem.
O SR. IBSEN
PINHEIRO (Questão de Ordem): A Questão de Ordem, Sr. Presidente, justifica-se
por V. Exª ter sustado a proclamação, porque é sobre a proclamação. O que eu
consulto a V. Exª é se o quórum para a continuidade da Sessão - V. Exª já
decidiu isso em passado recente - não é o quórum para a Ordem do Dia; é o
quórum da discussão. E se houver quórum suficiente para a discussão, a Sessão
pode prosseguir. E pode ficar prejudicada, porque com a presença do Sr.
Presidente está registrada a presença de 19 Srs. Vereadores. V. Exª não vota,
mas para efeito de quórum V. Exª está presente, é o 19º Vereador, portanto, há
quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Há quórum. Em votação nominal, solicitada pelo
Ver. Mario Fraga, o Requerimento do Ver. João Antonio Dib, solicitando o
adiamento da discussão do PLE nº 010/05, por uma Sessão. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADO por 02
votos SIM, 16 NÃO.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 010/05. (Pausa.) O Ver.
Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLE nº 010/05.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o tema das Parcerias
Público-Privadas é um tema extremamente importante para a nossa Bancada. Até
porque este é um tema que já foi tratado no Congresso Nacional. No entanto, há
um mundo que separa as PPPs em nível nacional, pelos seus valores, pelo volume
de obras, pela magnitude das coisas que são realizadas e que são importantes
que sejam realizadas entre o Público e o Privado e a relação com o Município,
mesmo com o tamanho da Cidade de Porto Alegre. É uma lástima que nós não
tenhamos tido oportunidade de, no início da Ordem do Dia, iniciar o debate
sobre este tema, porque se iniciássemos o debate, eu tenho certeza de que a
grande maioria dos Vereadores falaria sobre o tema.
Os valores que foram colocados como patamar
mínimo, 20 milhões, esse pode ser um número surpreendente para qualquer
cidadão. No entanto, se nós formos tratar de uma grande obra pública - e o Ver.
Todeschini, que já dirigiu o DMAE, sabe -, esta quantia pode ser pequena, porque,
afinal de contas, as últimas grandes obras do DMAE foram além desse valor,
muito além desse valor. Eu, sinceramente, confesso que sobre o valor eu tenho
as minhas dúvidas. O meu colega de Bancada, Ver. Todeschini, levantou algumas
emendas que eu considero importante discutir. Afinal de contas, qual é a
opinião do Governo, até agora, sobre as emendas colocadas pelo Vereador? Que a
Parceria Público-Privadas se dê de uma forma ampla? É verdade. Mas que ela não
trate e não possa se dar, por exemplo, na questão do tratamento de esgoto e na
distribuição de água. Até este momento todos aqui defenderam - e durante a
campanha eleitoral todo mundo defendeu - que o DEMHAB não seria privatizado. Eu
sei que a Parceria Público-Privada não é uma privatização; é óbvio que não é,
mas é uma parceria. Afinal de contas, como ficará essa questão?
Eu insisto nessa questão, porque muito se falou,
e, quando se fala do público-privado, lembram da participação da iniciativa
privada em atividades em Ribeirão Preto, durante a gestão de Antonio Palocci,
mas não eram PPPs, eram compras de ações, o que é completamente diferente.
Eu, por exemplo, pessoalmente, não discuti isso
com os meus Pares; acho que comprar algumas ações, 20% de ações de um órgão
público, não é um grande problema, porque o domínio, a iniciativa, o órgão,
continua sendo, além de público, essencialmente estatal. No entanto, comprar
20% de ações e fazer uma parceria público-privada... O que me chama a atenção é
que estava lendo num jornal, hoje, que o Cecílio Rego de Almeida dizia que, na
verdade, eram importantes as PPPs, porque, de fato, o empresário, a iniciativa
privada era a dona da obra.
Quem diz isso é um sujeito que é questionado,
inclusive, entre seus pares, por ser um sujeito truculento, um sujeito que é
acusado de grilagem de terra, etc., sendo dono de uma grande construtora.
Então, se ele tem essa visão, eu quero ter
garantias, porque estou aqui para defender o povo, e não o indivíduo, o
empresário; estou aqui para defender a totalidade, a globalidade e, portanto,
tenho a convicção de que temos de discutir mais pormenorizadamente essa
questão.
Por isso é que coloco isto, e insisto para que
os Vereadores que não leram essa matéria leiam a revista Caros Amigos, onde há
esse cidadão na capa, e onde tratam do tema das Parcerias Público-Privadas.
Nunca fiz discurso contra, nunca me opus às
PPPs. Pelo contrário. Eu as defendo. Acho que é um processo correto, mas
precisamos saber exatamente quais são as amarrações que temos, quais as
condições que temos de, efetivamente, garantir uma PPP que não seja lesiva ao
Poder Público, à municipalidade.
Por exemplo, será necessária a PPP para que
tenhamos estacionamentos subterrâneos na cidade de Porto Alegre? Na minha
opinião, não seria necessário. Na minha opinião, seria uma mera concessão de um
serviço público, por exemplo, por 35 anos, ou em torno disso, porque aqui nós
temos uma condição difícil de operar com estacionamento subterrâneo, que não
seria à regra normal dos 25 anos. Não teria nenhum problema, mas pelo que estudei,
senhoras e senhores, quero deixar claro que nós não precisamos de uma lei das
PPPs; seria possível, pela legislação ordinária que nós temos, fazer uma
concessão por 35 anos. Quando nós fizemos a reestruturação, Verª Margarete
Moraes, a recuperação e restauração do Mercado Público, fizemos isso com
dinheiro público; no entanto, tem o Funmercado, e parte desse dinheiro é da
iniciativa privada que é, em parte, um aluguel que se paga, mas só pode ser
gasto naquele equipamento. Então, uma parte foi gasta, é uma mera permissão de
uso por “x” anos. Quando se fez a ocupação do Chalé da Praça XV, o que se fez?
Uma mera permissão de uso por cinco anos. É claro que uma PPP não poderá ser
inferior a cinco anos, como diz a Lei, isso para mim é óbvio. Eu acho que as PPPs
têm de ter um prazo mais ampliado para que ela dê efetivos resultados.
São algumas questões que eu queria trazer à
discussão e à compreensão das senhoras e dos senhores. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de
quórum.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Visivelmente não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h42min.)
* * * * *